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 ESG Research: Alupar e Cemig

Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de Alupar e Cemig. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com

A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.

A Alupar é uma holding de controle nacional privado, que nasceu em 2007, com atuação no setor de energia, mais especificamente nos segmentos de transmissão e geração, tendo como objetivo o desenvolvimento e investimento em projetos no Brasil e nos demais países da América Latina. 

 

No segmento de geração, a Alupar está focada em concluir a primeira fase do Complexo Eólico Agreste Potiguar e da Usina Fotovoltaica Pitombeira, que é dedicada à produção de energia solar. A empresa também relata que comercializou 86,5 mil certificados de redução de emissões (RCEs), em 2022. Adicionalmente, a Usina Hidrelétrica Ferreira Gomes, as Pequenas Centrais Hidrelétricas Lavrinhas e Queluz, e o Complexo Eólico Energia dos Ventos possuem potencial para emitir RCEs, o que resultaria em uma capacidade total de redução de emissões de 4,2 milhões de toneladas de CO2. 


Nas operações de linhas de transmissão e subestações, a companhia gerencia o impacto ambiental da supressão de vegetação por meio do corte seletivo, concentrando-se na remoção apenas de árvores que representem risco às instalações, compensando todos os cortes por meio de reflorestamento. Quanto às UHEs e PCHs, a empresa monitora e gerencia 3.806 hectares de áreas de preservação ambiental, realizando inspeções internas periódicas e auditorias externas a cada dois anos. 


Com relação a biodiversidade, é importante ressaltar que, embora esse tema seja sensível para as empresas de transmissão, ele não é habitual nas atualizações que realizamos. Apesar disso, pontua-se que a Alupar tem participado ativamente de programas de preservação da biodiversidade, sendo certificada pelo Fórum de Programas de Fauna por seus esforços na proteção da saíra-apunhalada e pelo desenvolvimento de um programa em parceria com a Transmissora Paraíso de Energia S.A (TPE) para preservação do entufado-baiano. O compromisso ambiental se estende à Colômbia, onde, em colaboração com o Instituto Colombiano de Antropología e História (ICANH), são promovidas pesquisas e preservação de sítios arqueológicos no projeto da TCE. Em todos os empreendimentos, Estudos de Impacto Ambiental (EIAs) são elaborados durante o licenciamento para direcionar ações mitigadoras e compensatórias, incluindo programas ambientais e de relacionamento com as comunidades. 


Além disso, a Alupar tem se envolvido com as comunidades locais por meio do "PBA-CI - Plano Básico Ambiental do Componente Indígena". Aproximadamente 17% (122 km) da linha de transmissão da TNE atravessa a Terra Indígena Waimiri Atroari, levando ao adiamento do início da obra para avaliação de impactos e desenvolvimento de planos de ação, conforme o Protocolo de Consulta do Povo Waimiri Atroari. Nesse contexto, o “Projeto TNE: Transmissão Manaus-Boa Vista inclui o PBA-CI”, compreende 24 programas socioambientais e diversas ações de mitigação e compensação de impactos. 


Com relação à governança corporativa, no Conselho de Administração, 22% dos membros são independentes, mas apenas 11% são mulheres. Desse modo, a companhia está abaixo dos 20% previstos como boa prática no regulamento do Novo Mercado da B3. Além disso, não há presença feminina na Diretoria Executiva da companhia, o que agrava esta falta de diversidade de gênero nos cargos executivos. 


A Cemig, também conhecida como Companhia Energética do Estado de Minas Gerais S.A., é amplamente reconhecida como uma das líderes nacionais no segmento de serviços públicos, sobretudo devido à sua destacada presença nas áreas de geração e distribuição de energia elétrica. Com uma trajetória que remonta ao início dos anos 1950, a companhia é atualmente um dos principais conglomerados de energia no Brasil, com uma sólida presença em grande parte do território nacional. 


A empresa apresenta meta de redução de 6% do seu consumo de água até 2025 (com base nos valores reportados em 2019), sendo que entre 2021 e 2022 a redução atingida foi de 28%, fazendo com que o objetivo fosse alcançado com antecedência. Ainda, estipula que o seu consumo de energia elétrica seja mantido em valores equivalentes aos reportados no ano de 2017 até 2022. Nesse sentido, não só a meta foi batida como foi alcançada uma redução de 14,7% em valores percentuais. Em relação a resíduos, foram gerados 18,9% a menos de resíduos perigosos e 12% menos de não-perigosos no comparativo do último ano. 


A Cemig também conta com planejamento estratégico para o período 2023-2027, no qual estipula adicionar 15.849 MW de capacidade de geração através, principalmente, de fontes renováveis, com foco em energia hidrelétrica, solar e eólica. É importante destacar que a matriz energética da CEMIG já é 100% advinda de fontes renováveis. Em relação às emissões de gases de efeito estufa, apresenta ainda meta de redução de 90% de gases de escopos 1, 2 e 3 até 2040. De 2021 para 2022, foi alcançada uma redução de 30% nesses valores. 


Apesar de contar com diversas iniciativas voltadas para saúde e segurança, foram registrados 4 óbitos em suas operações em 2020, e 3 em 2021. A taxa foi zerada em 2022. Tal redução deve-se, principalmente a adoção de medidas adotadas por parte da empresa, como a criação de política interna baseada na NBR ISO 45001, e passaram a ser realizadas auditorias internas periódicas voltadas para o tema. 


Além das controvérsias relacionadas a saúde e segurança, a Cemig também foi alvo de um ataque cibernético do tipo ransomware em 2020. Na ocasião, tanto o site quanto os canais de atendimento ficaram fora do ar durante quase dois dias. A empresa já havia sofrido outro ataque semelhante em 2014. Apesar dos ataques, a empresa conta com estrutura dedicada ao tema segurança de dados que contempla a presença de um Data Protection Officer, bem como treinamentos internos. 


A Cemig também concluiu em 2022 a emissão de debêntures verdes validadas por certificadora internacional. São 20 projetos elegíveis que fundamentam a emissão do título, distribuídos entre diferentes unidades geradoras da Cemig. Os impactos esperados dos projetos serão medidos por meio de indicadores de impacto definidos pela Cemig GT, e pela Cemig D, listados a partir de seus benefícios socioambientais e divididos em indicadores de Energia Renovável e de Eficiência Energética. Esses benefícios e indicadores também foram alinhados às Objetivos do Desenvolvimento Sustentável correspondentes. 


Em relação a governança, a CEMIG não apresenta remuneração variável atrelada ao seu desempenho e metas ESG. O Conselho da empresa também não conta com a participação de mulheres, que são apenas 14% na diretoria apresentando assim uma baixa diversidade de gênero, estando abaixo dos 20% previstos como boa prática no regulamento do Novo Mercado da B3



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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a ERM NINT acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a ERM NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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