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A equipe de analistas da NINT seleciona, semanalmente, os principais fatos ambientais, sociais e de governança (ASG) que podem afetar as mais de 200 empresas brasileiras listadas em nossa cobertura. Cadastre-se para receber o Alerta ESG. Confira a seguir as notícias e análises da semana entre 05/07/2022 a 11/07/2022.

 

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IMPACTO: NEGATIVO | MODERADO  
CONSUMO CÍCLICO 


Magalu e Americanas comercializam produtos de marcas acusadas de trabalho análogo à escravidão


 


Dados obtidos pelo site Repórter Brasil, a partir de relatórios de fiscalizações trabalhistas, revelam que cinco empresas autuadas por trabalho análogo ao escravo ofertaram ou ainda ofertam produtos em lojas virtuais da Magazine Luiza e Americanas. Conforme a acusação do Ministério Público do Trabalho (MPT), as marcas NaKepe Creações, Cotton Colors Extra, Confecções Anchor, Amissima e Fitwell Confecções mantiveram, entre 2017 e 2021, 63 pessoas nestas condições em suas oficinas de costura em São Paulo (SP). Foram encontrados pela reportagem 17 anúncios publicados por revendedores das marcas, com preços entre R$ 65 e R$ 1.350. A Americanas informou que existem mais de 132 mil lojas instaladas em seu marketplace e que os sete anúncios das marcas NaKepe Creações, Fitwell e Amissima foram retirados de seu site. A Magazine Luiza informou ter removido cinco dos 10 anúncios encontrados em seu site e que anúncios das marcas Cotton Colours Extra e NaKepe Creações não foram retirados pois as empresas não estão incluídas em listas de alerta e restritivas, como a "lista suja" do trabalho escravo e não houve acesso "a documentos que a reportagem alegou ter e que comprovariam a má conduta dessas empresas". 05/07/2022, Uol.



O combate ao trabalho análogo ao escravo na cadeia de fornecedores, uma das principais questões ESG para o varejo de moda, vem ganhando novos contornos com a expansão do comércio digital. O elevado número de fornecedores e o acesso simplificado aos mercados virtuais, além de implicar em maior exposição a riscos como ataques cibernéticos, fraudes e pirataria, demandam mecanismos de verificação e controle capazes de substituir a realização de auditorias in-loco, uma vez que a quantidade de anunciantes nestas plataformas ultrapassa as dezenas de milhares. Atualmente, as empresas têm conduzido o mapeamento e checagem dos fornecedores majoritariamente a partir de registros digitais, como consultas a listas públicas, noticiários e processos judiciais, com foco na prevenção de fraude, lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, em grande parte devido à exigências do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). A capacidade e a velocidade de analisar remotamente grandes quantidades de dados para fins de conformidades administrativas, tributárias e/ou legais são fatores que possibilitam a rápida expansão das plataformas de marketplace. Contudo, em casos onde a realização de auditorias in-loco são indispensáveis, como quando se trata do ambiente ou das condições de trabalho, a ausência de notificações ou condenações prévias acabam por limitar a capacidade e a abrangência da análise dos fornecedores. Mesmo neste cenário, uma maior articulação junto ao setor público, especialmente devido ao número de casos ligado ao tráfico internacional de pessoas, com foco em regiões específicas como em São Paulo (SP), e a espontaneidade das auditorias continuam indispensáveis para a mitigação destes riscos. Aliada à possibilidade de responsabilização solidária das plataformas de marketplace por desvios de compliance em seus anunciantes, a crescente conscientização e interesse do consumidor pela origem de seus vestuários, especialmente no Brasil, requer das empresas, enquanto mediadoras de relações de consumo, um mapeamento proativo das condições de trabalho nos locais de produção dos bens para que possam atender às demandas de seus stakeholders nesta questão.



IMPACTO: POSITIVO

ENERGIA


Vibra Energia adquire 50% de participação na ZEG Biogás por R$159,5 milhões



A aquisição cumpre mais uma agenda de transição energética da Vibra ao dar sequência à parceria fechada em agosto do ano passado, que previa levar a tecnologia de biodigestores para a transformação da vinhaça (resíduo da destilação da cana-de-açúcar em etanol) em biometano para usinas que fornecem etanol para a companhia. Pelos termos do acordo, a Vibra fará um aporte primário de R$ 30 milhões no fechamento da operação, além de uma parcela secundária de R$ 129,5 milhões. O grupo também negociou opções de compras futuras, a valor de mercado, que envolvem alternativas para assumir 70% ou 100% das ações. A transação envolve ainda o compromisso da Vibra de investir R$ 412 milhões na ZEG nos próximos anos para a execução de novos projetos de biogás/biometano. A Vibra destacou que a companhia tem potencial de atingir uma produção de mais de 2 milhões de metros cúbicos por dia em até 5 anos. A transação ainda necessita de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). 05/07/2022, NeoFeed.



IMPACTO:  POSITIVO
CONSUMO NÃO-CLIMÁTICO

 

JBS investe R$180 milhões em nova fábrica de biodiesel em Mafra (SC)



 

A terceira fábrica da JBS Biodiesel - a companhia também possui uma unidade de biocombustível em Lins (SP) e outra fábrica em Campo Verde (MT) - tem uma área total de 76 mil metros quadrados e capacidade de produção de aproximadamente 370 milhões de litros por ano. Com a sua entrada em operação, a capacidade de produção total de biodiesel da companhia salta de 350 milhões para cerca de 720 milhões de litros por ano, montante que equivale a pouco mais de 10% do volume de 6,76 bilhões litros produzidos do biocombustível em 2021, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Para produzir o biodiesel em Mafra, a JBS Biodiesel vai usar como matéria-prima o óleo de fritura recuperado e o óleo de soja proveniente do esmagamento de grão para a produção de farelo que alimenta aves e suínos. Com a prática, a companhia fortalece a diversificação das fontes de matéria-prima, uma vez que, hoje, é a maior produtora mundial verticalizada de biodiesel a partir de sebo bovino. 01/07/2022, Planeta Campo.


 




IMPACTO:  POSITIVO
INDUSTRIAL

 

Em parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), Banco do Brasil libera 100 milhões de euros para financiamento de energia renovável



Como parte do plano para reduzir em 40% suas emissões de GEE, a fabricante gaúcha de implementos rodoviários planeja aumentar em 50% o consumo de energia limpa até 2030 através da instalação de duas usinas solares. A primeira, que representa R$ 7,2 milhões do investimento total, será capaz de atender toda a demanda do Centro Tecnológico Randon (CTR), em Caxias do Sul (RS), além de gerar um excedente para consumo da área de expedição da empresa. A segunda usina solar será instalada na fábrica da sua subsidiária Fras-le, na China, com capacidade para atender o equivalente a 20% do consumo, além de permitir que ela mantenha suas atividades em épocas do ano em que as fábricas chinesas precisam reduzir ou paralisar o trabalho devido aos altos níveis de poluição O contrato de cerca de R$ 555 milhões na cotação atual tem o objetivo de expandir a geração e distribuição de energia renovável, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas, pelos próximos 10 anos. A agência francesa também disponibilizou, como forma de apoio, cerca de 300 mil euros para o financiamento de projetos de cooperação técnica. Além do setor de energia renovável, o banco firmou em maio deste ano um memorando com a AFD que prevê novos financiamentos para os governos locais com foco em projetos de infraestrutura de saneamento, incluindo o tratamento de esgoto e resíduos sólidos, geração e distribuição de energia renovável e eficiência energética, transporte limpo, mobilidade urbana, transição da infraestrutura para cidades inteligentes e adaptação a mudanças climáticas, saúde e educação. 07/07/2022, Agência Santarém.





A parceria é mais um passo significativo do BB visando atingir os seus 10 Compromissos de Longo Prazo em Sustentabilidade, firmados em março de 2021. O projeto de alinhamento com os Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável (ODS) tem como finalidade auxiliar os clientes do banco na transição para um portfólio sustentável, buscando também contribuir para que os investidores direcionem recursos para empresas causadoras impactos positivos com foco na agricultura de baixo carbono, redução das emissões de gases de efeito estufa, promoção diversidade e implementação de boas práticas de governança. Em relação aos compromissos voltados para energia renovável, o Banco do Brasil destaca, por meio de seu Relatório Anual 2021, a meta de alcançar R$ 15 bilhões em financiamento para projetos na área até o ano de 2025. Ao longo do ano de 2021, o banco intensificou seus esforços visando o cumprimento de suas metas, com destaque para o projeto do Complexo Eólico Serra do Mel, do Grupo Echoenergia, apresentado na COP 26, em Glasgow (Escócia), além da contratação de três operações somando o valor de R$ 250 milhões e a emissão de R$ 142 milhões em debêntures incentivadas para o projeto. A emissão foi certificada pela NINT como título verde, garantindo o direcionamento dos recursos para as iniciativas sustentáveis propostas. Ao final de 2021, o BB já tinha direcionado R$ 8,5 bilhões para projetos no setor, o que correspondia a 56% da meta. 

IMPACTO:  POSITIVO
SERVIÇOS PÚBLICOS | CONSUMO NÃO-CÍCLICO

 

Neoenergia fecha contrato com a Ambev de venda de 55 MW médios de energia proveniente de fontes eólicas por 10 anos



 

O contrato de Power Purchasing Agreement (PPA), acordo de compra e venda de energia de longo prazo, vai de 2024 a 2033 e contempla, ainda, a emissão de Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-RECs, na sigla em inglês) para todo o período. Isso significa, somando por volta de 4,8 TWh de energia fornecida ao longo desses dez anos, a emissão de cerca de 4,8 milhões de I-RECs. Segundo a Neoenergia, a modalidade PPA, utilizada no contrato com a Ambev, integra a estratégia da companhia de expansão no mercado livre de energia, alinhada ao seu propósito sustentável, mitigando o risco do projeto e fomentando a ampliação das fontes renováveis no sistema. 06/07/2022, Canal Energia.





IMPACTO:  POSITIVO
SERVIÇOS PÚBLICOS

 

EDP fecha contrato com Arcos Dorados para geração de energia solar em três usinas por 12 anos


 

As três usinas solares - uma em Cotia (SP) e duas em Rio Parnaíba (MG) têm investimentos de R$ 28,3 milhões da EDP e atenderão exclusivamente a demanda de energia de 28 restaurantes e sete quiosques de sobremesa da franquia responsável pela operação do Mc Donald’s na América Latina e Caribe. Juntas, as plantas têm capacidade anual de geração de 11.726 megawatt-hora (MWh) por ano, ocupam uma área de 18,5 hectares e evitarão a emissão de 725 toneladas de CO2 por ano, além de gerar Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-RECs, na sigla em inglês). A expectativa é uma economia de 30% na fatura de energia. 05/07/2022, Valor Econômico.



IMPACTO:  POSITIVO
SERVIÇOS PÚBLICOS

 

Grupo Ambipar cria empresa com escopo de certificação para gestão de resíduos



 

Acreditada como um Organismo de Certificação (OCP) pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), a Ambipar Certification realizará atividades de avaliação em diferentes tipologias de esquemas de certificação para produtos, serviços e processos para verificar o cumprimento e atendimento às normas e requisitos legais. Ao conceder o Selo Verde, ela atesta que a empresa auditada cumpriu a legislação - inclusive os requisitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - qualificando-a quanto às práticas de aterro zero e economia circular. Para a renovação da certificação, além de manutenções periódicas anuais, as empresas serão reavaliadas a cada três anos e novamente submetidas aos processos de análise para averiguar o atendimento às diretrizes e requisitos exigidos, bem como à PNRS. 30/06/2022, Forbes.





Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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