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 ESG Research: confira os destaques sobre a performance socioambiental das empresas Auren Energia, YDUQS e Movida


Auren Energia, YDUQS e Movida são as atualizações da nossa cobertura desta edição. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG nas suas decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com 

A companhia foi criada no ano de 2022 a partir da união dos ativos de energia da Votorantim S.A e da CPP (Canada Pension Plan Investments), após a aquisição da CESP (Companhia Energética de São Paulo). Com a mudança, o foco da companhia passou a ser operar com uma matriz diversificada em ativos 100% renováveis, entre hidrelétricas e eólicas, localizadas em diferentes regiões e somando uma das maiores capacidades instaladas do país (3,3GW). 


Com foco na neutralização das emissões indiretas de seus clientes e na transição energética, a companhia tem emitido I-RECs (Certificados Internacionais de Energia Renovável) desde 2020. Ainda como CESP, a companhia progrediu nessa frente e atingiu a marca de 1,4 milhão de I-REC comercializados em 2021 (equivalentes a mais de 1.400.000 MWh de energia limpa gerada). No mesmo ano, a Votorantim Energia também passou a oferecê-los aos seus clientes. A companhia informa que, no total, foram vendidos cerca de 1,5 milhão de créditos de carbono, gerando uma receita de 3 milhões de dólares. 


No que tange à saúde e segurança ocupacional, a companhia vem promovendo periodicamente eventos de conscientização, como a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho e Meio Ambiente (SIPATMA), que em 2021 reuniu mais de 400 colaboradores virtualmente. Como resultado, a companhia tem apresentado redução nos seus indicadores, diminuindo a taxa de frequência e taxa de gravidade dos acidentes. O número de fatalidades também se manteve zerado.


A companhia é ré em uma ação ajuizada pela Associação de Moradores do Reassentamento de Aruanda, em razão da demora na outorga de escrituras dos lotes de moradores que foram reassentados pela companhia, em maio de 1998, para a construção da Usina Hidrelétrica Sérgio Motta (UHE Porto Primavera), junto ao rio Paraná. A medida foi tomada após um alagamento causado pela formação do reservatório aquático. Conforme os assentados, a empresa os realocou, mas não entregou títulos de domínio ou escritura dos lotes. O transtorno impediu o enquadramento dos moradores ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Em 2019, a companhia, ainda como CESP, foi condenada a pagar R$ 5 mil para cada um dos 72 moradores do assentamento, o que totalizou R$ 360 mil em indenizações, e ainda terá de fornecer as escrituras definitivas do lote. 


Por fim, relacionada à dimensão de governança, em 2022, a companhia passou a ser listada no Novo Mercado da B3, que estabelece os mais elevados padrões de transparência e equidade na relação com os acionistas minoritários.


A YDUQS alcançou, no ano de 2021, 81% de sua energia total consumida proveniente de fontes de energia renováveis. Com isso, a empresa se aproxima de sua meta estipulada de alcançar 90% do total até o ano de 2025. 


Outra meta relevante da empresa é a de integrar suas metas ESG às políticas de remuneração de seus funcionários até 2023. Ao longo desse último ano, a YDUQS já avançou de forma considerável neste aspecto, atrelando a remuneração variável de 44% dos executivos de sua diretoria e conselho ao cumprimento de metas voltas para os aspectos ambientais, sociais e de governança. 


Em relação a parte social, destacamos que entre as principais razões para reclamações sobre a empresa em veículos como Reclame Aqui, Procon e na própria ouvidoria, são as questões relacionadas a cobranças indevidas de mensalidade aos seus alunos. Em 2017, a companhia fora penalizada pelo Procon MA devido a tais práticas. Apesar disso, entre os anos de 2020 e 2021, as reclamações totais registradas para a Companhia no Reclame Aqui caíram em cerca de 10%, o que se pode considerar uma consequência dos esforços da empresa em monitorar a experiência dos seus clientes.


No aspecto qualidade, destacam-se os cursos ofertados pela empresa classificados com uma nota satisfatória no IGC do Ministério da Educação (nota 3 numa escala que vai de 1 a 5). Todos dos cursos ofertados pelas marcas da companhia atingiram este índice mínimo.


Em relação a seus colaboradores, a YDUQS apresentou uma avaliação de 3,8/5 no site Glassdoor, onde também se destacam reclamações de caráter trabalhista. A taxa de rotatividade elevada registrada em 2021 (20,42%) também chama atenção, principalmente por conta do aumento observado em relação aos anos de 2020 (12,58%) e 2019 (14,12%). A empresa também divulga em suas demonstrações financeiras contingências voltadas para o pagamento de ações que pedem o reconhecimento de vínculo trabalhista, tema recorrente no setor de educação. 


A YDUQS informa ainda que o percentual de PCD’s entre seu corpo de colaboradores é de apenas 1,91%, bem abaixo dos 5% previstos na lei para empresas com mais de 1.000 funcionários. A reserva legal de cargos para profissionais com deficiência é prevista no art. 93 da Lei nº 8.213/91. A multa aplicada em caso de descumprimento pode chegar a R$ 251.929,36 por vaga reservada não preenchida, acrescido de 50% em caso de reincidência. Embora não tenha sofrido nenhuma multa em decorrência desta questão, a companhia está sujeita a esse tipo de punição.

Um dos principais pontos a se destacar em relação a Movida foi a emissão do seu Sustainability Linked Bond em 2021, com meta voltada para a redução da intensidade das suas emissões de gases de efeito estufa. A empresa prevê uma redução de 15% das emissões totais (incluindo escopo 3) até 2025, tendo 2019 como linha de base. Além disso, o SLB prevê ainda uma redução de 30% até o ano de 2030. Para alcançar a meta, a companhia prevê a implementação de processos operacionais para monitorar qual tipo de combustível os clientes estão adotando no reabastecimento (buscando um maior incentivo ao uso de etanol), eletrificação da frota e aumento do uso de fontes de energia renováveis, principalmente solar. Neste último aspecto, no entanto, é importante destacar que a empresa previa que a totalidade de suas lojas contassem com instalações de energia solar até o ano de 2021, meta que foi adiada para o ano de 2022 sem aparente justificativa oficial por parte da empresa. 


Dentro do tema de relação com colaboradores, a companhia destaca em seus documentos a presença de ações movidas por ex-funcionários na justiça solicitando pagamento de indenizações por jornadas excessivas de trabalho. A empresa também conta com a taxa de rotatividade mais alta do setor (31,07%) que, ainda que apresente redução em relação ao número de 2019 (37,16%) é um ponto de atenção significativo visto que a alta rotatividade leva a empresa a incorrer em diversos custos relacionados a substituição, recrutamento e perdas de produtividade. A Movida também se encontra atualmente aquém da porcentagem prevista por lei de pessoas com deficiência em seu corpo de colaboradores. A Portaria n° 477 de 12 de janeiro de 2021 prevê que empresas com mais de mil empregados contem com ao menos 5% de PCD’s entre seus funcionários, o percentual reportado para a Movida foi de 1,76% em 2021, desta forma a empresa pode sofrer com o pagamento de multas relacionadas ao não cumprimento desta norma.


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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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