ESG Research: B3 e Lojas Renner
Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de
B3 e
Lojas Renner. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe:
esgresearch@nintgroup.com
A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.
A B3 é uma das maiores empresas provedoras de infraestrutura para os mercados financeiro e de capitais do mundo em valor de mercado e possui o monopólio brasileiro dos serviços de negociação (bolsa), pós-negociação e registro de operações de balcão.
Com o compromisso de usar energia de forma mais eficiente e diminuir suas emissões de gases de efeito estufa, adquirindo energia de fonte sustentável (incentivadas), a B3 optou por migrar seus principais prédios administrativos para o Mercado Livre de Energia, a partir de 2023. Adicionalmente, é uma empresa carbono neutro desde 2011, mediante compensação das emissões de GEE que não são passíveis de redução por meio da compra de I-RECs. Ainda, a B3 esteve presente nas discussões da TCFD desde o primeiro rascunho e é signatária, desde 2017, das suas recomendações.
Dentre as práticas sociais, destaca-se que é a primeira bolsa de valores signatária do Pacto Global da ONU - compromisso assumido pela empresa em 2005. A B3 Social, associação sem fins lucrativos, fundada em 2007, responsável pelas frentes de Investimento Social Privado (ISP) e voluntariado da companhia, gere os recursos para projetos sociais e adota como principal estratégia o financiamento de organizações e projetos voltados para melhoria da educação pública brasileira, além de iniciativas emergenciais e assistenciais por todo o Brasil. Em 2022, foram mais de R$ 39 milhões direcionados para projetos sociais e culturais mediante verba direta.
Além disso, em 2022, foi eleita, pelo segundo ano consecutivo, a melhor instituição financeira para trabalhar na categoria Serviços Financeiros e a 10ª melhor empresa para trabalhar no Estado de São Paulo, segundo o ranking Great Place to Work. Entre as boas práticas relacionadas ao tema está o oferecimento de mais de 40 opções de benefícios aos trabalhadores, um conjunto que vai além do assegurado por lei.
Em relação ao compromisso com a diversidade e inclusão, em 2021, assumiu duas metas de diversidade no âmbito da emissão de um Sustainability-Linked Bond: a criação de um índice de diversidade até 2024 e o alcance de 35% de mulheres em cargos de liderança na B3 até 2026. Já em 2022, aderiu ao Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, criado para mobilizar empresas em torno do reconhecimento, da promoção e da proteção dos direitos humanos deste grupo minoritário.
Por fim, destaca-se que a remuneração variável dos executivos está associada ao desempenho ESG da empresa. Com relação a composição da alta gestão, o Conselho de Administração é composto exclusivamente por membros independentes, em que 40% têm background ESG, mas somente 20% são mulheres. Na Diretoria Executiva, a representação feminina sobe para 33%.
A Lojas Renner é uma empresa que atua no segmento de moda e lifestyle. Com operações no Brasil, Uruguai e Argentina, é a detentora das seguintes marcas: Renner – roupas e acessórios, Camicado – casa e decoração, Youcom – moda jovem, ASHUA Curve & Plus Size – roupas nos tamanhos 46 a 54. A companhia também opera a Realize CFI, que apoia a atividade de varejo por meio da oferta e gestão de produtos financeiros. É também integrante do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3 desde 2014, e do índice de Carbono Eficiente (ICO2) desde 2011, que reúne as empresas com as melhores práticas de monitoramento, gestão e transparência em relação à emissão de gases de efeito estufa. Além disso, está presente desde 2013 no Dow Jones Sustainability Index, índice de sustentabilidade da bolsa norte-americana.
Em relação às questões ambientais, a Renner desenvolve diversas iniciativas voltadas para o uso eficiente de recursos naturais. Afirma contar com projetos para automatização de uso de água em suas lojas mais antigas, visando a redução de desperdícios. Em relação ao uso de energia, a companhia conta com 100% do seu consumo proveniente de fontes renováveis, além de contar com prédios ecoeficientes e certificações LEED em algumas de suas lojas. Ainda, realiza a compensação da totalidade de suas emissões de gases de efeito estufa de escopos 1 e 2.
A empresa conta com iniciativas para o uso de matérias-primas sustentáveis na confecção de seus produtos, tendo alcançado um percentual de 98% do total de algodão utilizado em suas peças vindo de fontes sustentáveis. Além disso, realiza frequentemente o lançamento de coleções com técnicas de upcycling na maioria de suas marcas e oferece alternativas de logística reversa como meio de incentivo aos seus clientes, através da disponibilização de coletores para peças de roupas usadas e frascos de perfume em suas lojas.
No que tange a dimensão social, a Renner foi reconhecida com o selo "Sim à igualdade racial" do Instituto Identidades do Brasil, além de ser aderente à iniciativa Woman on Board (WOB). A varejista conta ainda com 65,1% do seu corpo de colaboradores composto por mulheres. Apesar das iniciativas, a marca esteve envolvida em quatro casos severos de racismo em seus estabelecimentos nos últimos anos. Em 2020, foi condenada ao pagamento de uma indenização no valor de R$ 100 mil a uma funcionária que alegou ter sofrido ataques racistas no ambiente de trabalho. Já em 2021, uma cliente foi vítima de discriminação ao ser convidada a se retirar do provador feminino por funcionários que a confundiram com um homem. Em 2022, uma cliente foi acusada de furto em uma das lojas, tendo tido um episódio de desmaio, que acabou resultando em uma lesão no pé. No mesmo ano, foi registrado um caso de racismo com agressão na loja da Renner localizada no Shopping Madureira, Rio de Janeiro. Em resposta, a empresa afirma contar com programas educativos internos sobre o tema, além de treinamentos sobre diversidade e inclusão.
O conselho de administração da empresa possui 88% de membros independentes, e a participação de mulheres é de apenas 25%. A companhia se destaca positivamente por contar com 38% de membros de seu conselho com experiência voltada para questões ESG, e também por ter a remuneração dos executivos atrelada às metas socioambientais.
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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa.
