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 ESG Research: Randon e Klabin

Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de Randon e Klabin. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com

A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.

A Randon SA Implementos e Participações, anteriormente conhecida como Randon Participações SA, é uma empresa sediada no Brasil dedicada à fabricação de veículos pesados e peças. As atividades da empresa estão divididas em três segmentos de negócios: Vagões e Veículos Ferroviários, Serviços, além de serviços de financiamento para os clientes da empresa. Ela opera uma rede de distribuição na América Latina e na África.


A empresa iniciou a execução de um plano de investimentos de R$ 100 milhões, a ser realizado até 2030, para geração de energia renovável através de painéis solares, que irão abastecer suas unidades industriais ao redor do mundo. Além disso, a Randon também criou o "Randon Solar", um semirreboque frigorífico equipado com painéis solares, que capta a energia dos raios solares a partir de painéis colocados na parte externa do produto. Em 2022, a empresa iniciou as vendas do sistema e-Sys, um sistema de tração auxiliar elétrico projetado exclusivamente pela Randoncorp, em parceria entre a Suspensys e o CTR. Essa tecnologia foi incorporada em modelos de semirreboques.


Ademais, a Randon conta com o Frasle Mobility e a Fremax, que são seus programas de logística reversa. Nesse sentido, a Frasle Mobility, em parceria com a Eureciclo, busca apoiar associações de recicladores e encaminhar para reciclagem uma quantidade equivalente a, no mínimo, 22% do total de embalagens utilizadas pela Frasle Mobility, Controil, Fremax e Nakata. Em 2022, foram recuperadas 517,4 toneladas de embalagens como parte do projeto, incluindo resíduos plásticos e de papel.


Quanto às metas ambientais, a companhia pretende reutilizar 100% de seu efluente tratado até 2025 e reduzir em 40% a emissão de gases de efeito estufa até 2030. Para atingir essas metas, a companhia investiu aproximadamente R$ 6,5 milhões em tratamento de efluentes e passou a calcular sua pegada de carbono. A companhia também possui iniciativas voltadas para a redução de emissão de CO2, como a substituição de equipamentos de ar-condicionado, por um sistema que emite 7 vezes menos gás carbônico.


No âmbito da governança corporativa, a empresa apresenta um Conselho de Administração com 60% dos membros independentes, superando os padrões do Novo Mercado. No entanto, tanto no Conselho quanto na Diretoria Executiva, não há diversidade de gênero, pois são compostos apenas por homens. Por conta disso, a companhia estabeleceu a meta de duplicar o número de mulheres na liderança até 2025. 


A Klabin S.A. e suas subsidiárias atuam nos segmentos da indústria de papel e celulose, fornecendo ao mercado nacional e estrangeiro madeira, papel para embalagem, sacos de papel, caixas de papelão ondulado e celulose.


Entre as metas da empresa até 2030, tem-se o objetivo de que 100% das unidades em que atua possuam iniciativas de segurança hídrica, assim como 100% das operações florestais sob gestão própria com manejo hidrossolidário (uma estratégia baseada no equilíbrio entre a produção florestal e a produção de água), e a redução de 20% do consumo específico de água industrial. Desde 2018, a Klabin avalia todas as suas unidades localizadas em áreas de estresse hídrico utilizando a ferramenta WRI Aqueduct. Por conta disso, em 2022, a melhoria da gestão de água, decorrente das ações realizadas, resultou na redução de 19% no consumo (água retirada menos água descartada) nas unidades localizadas em áreas de estresse hídrico.


Na temática energética, até 2030 a companhia pretende ter 92% de participação de fontes renováveis na matriz energética e 100% de compra de energia certificada proveniente de fonte renovável. Além disso, a empresa conta com 33 gestores (de consultores a gerentes, representando 5% do total) responsáveis por abordarem o tema na companhia, tendo vinculadas as suas remunerações às metas de energia, que não são detalhadas publicamente. Adicionalmente, em várias das unidades da Companhia, metas relacionadas às questões hídricas (também não detalhadas) estão atreladas ao Programa de Participação nos Resultados (PPR).


Quanto às metas de mudanças climáticas de longo prazo, a empresa tem como objetivo: reduzir as emissões de GEE do escopo 1 e 2 em 25% por tonelada de celulose, papel e embalagens até 2025, e 49% por tonelada de celulose, papel e embalagens até 2035; e, a captura líquida de 45 milhões de toneladas de CO₂EQ da atmosfera entre 2020 e 2030. Em 2021, a Companhia lançou a campanha Impacto NetZero, com a Rede Brasil do Pacto Global. Seu intuito é reduzir ao máximo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e neutralizar o saldo, zerando totalmente seu balanço até 2050.


Em se tratando de ecossistema, a Klabin tem como objetivo até 2030: ter 100% dos hotspots de atropelamento de fauna mapeados e com iniciativas para redução de acidentes; manter e potencializar o número de espécies de fauna dependentes de florestas de alta qualidade ambiental; manter pelo menos seis parcerias/pesquisas por ano baseadas em estudos de conservação da natureza e biodiversidade; conduzir a reintrodução de pelo menos duas espécies que sejam comprovadamente extintas localmente e promover reforço populacional de outras quatro espécies ameaçadas; e, disponibilizar 1 milhão de mudas de árvores nativas para recuperação de áreas degradadas em áreas de parceiros.


As unidades florestais da empresa são auditadas anualmente por normas de Manejo Florestal Sustentável, que seguem os princípios e contam com a certificação Forest Stewardship Council, que é concedida para empreendimentos ou produtores cujas florestas são manejadas de forma responsável, de acordo com os Princípios e Critérios do sistema FSC. Nesse sentido, três das unidades da empresa foram certificadas: Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A Klabin ainda é certificada pelo Cerflor/PEFC na unidade do PR e está em processo de certificação Cerflor/PEFC em SC com previsão de conclusão até o final de 2023. A Certificação Cerflor/PEFC, é uma marca de uso próprio do Programa Brasileiro de Certificação Florestal gerenciada pelo Inmetro. Auxilia proprietários e gestores florestais, empresas, consumidores e outras partes interessadas na identificação e promoção de mercadorias e bens provenientes de florestas manejadas de forma sustentável.


Em questão social, a companhia pretende até 2030 possuir 30% de líderes do gênero feminino; e, possuir 90% dos colaboradores pertencentes aos grupos de diversidade, avaliando positivamente as condições de respeito e igualdade no ambiente de trabalho. É disponibilizado ao público a diferença salarial entre homens e mulheres, que fica em 4,90%. A Klabin também possui um banco de currículo exclusivo para pessoas negras e pessoas com deficiência, visando ampliar a participação de colaboradores desses grupos na força de trabalho.


Entre 2017 e 2020, a empresa emitiu títulos verdes, seguindo os Green Bond Principles, que totalizaram US$ 1,2 bilhões em dívidas deste tipo. Além disso, emitiu US$ 500 milhões em títulos vinculados a metas de desempenho em sustentabilidade (SLB) em 2021 com vencimento em 2031. As metas selecionadas estão relacionadas à água, resíduos e biodiversidade, visando elevar a resiliência e racionalidade de suas operações e seu impacto positivo no ecossistema onde atua. Por fim, a Klabin contratou uma linha de crédito rotativo vinculada à sustentabilidade de US$ 500 milhões com vencimento em 2026.

 

Destaca-se que a remuneração variável dos executivos está associada ao Índice de Sustentabilidade/ASG da empresa, formado por metas relacionadas à agenda 2030 de desenvolvimento sustentável da Klabin (KODS), selecionadas, ao início de cada ano, com base nos principais desafios para os avanços dos KODS no período. A prática é compulsória para os diretores da Companhia.


Com relação à composição da alta gestão, o Conselho de Administração é composto apenas por 7% de membros independentes, e 29% do total dos membros têm certificações e experiências com temáticas ESG. Observa-se que tanto no Conselho quanto na Diretoria Executiva há falta de diversidade de gênero, tendo em vista que o Conselho é formado apenas por 29% de mulheres, e na Diretoria, não há mulheres como membros. Em ambos os casos, os números de mulheres nos cargos estão abaixo do esperado pelos padrões do Novo Mercado da B3


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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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