NINT participa de série sobre mudanças climáticas promovida pela Rio Bravo
Tatiana Assali, diretora de programas da NINT afirma que a as alterações no clima norteiam a migração de capital para investimentos sustentáveis
As mudanças climáticas são um definidor cada vez mais presente nas ações de investidores e na regulação do mercado financeiro. O tema é alvo de debates e vêm mobilizando a agenda ESG no Brasil e no mundo. Para Tatiana Assali, diretora de Programas da NINT, o impacto climático tem refletido diretamente na migração do capital dos investidores.
“Vejo a gestão de riscos como a forma que esse mercado vem observando todos os aspectos da sustentabilidade e da mudança do clima e a gente começa a ver um olhar de oportunidades, tanto para a empresa quanto para a sociedade”, afirma a executiva durante a quarta edição da série “Brasil, 2023” realizada pela gestora de investimentos, Rio Bravo.
O videocast contou também com a participação de Suzana Kahn Ribeiro, vice-diretora da Coppe/UFRJ, e moderação de Fabio Cardoso, jornalista e curador do videocast.
“O tema mudanças climáticas já não é mais preocupação exclusiva dos ambientalistas. No Brasil e no exterior, os chamados eventos extremos, como enchentes e alagamentos, parecem ser o novo normal, causando pânico na população mais fragilizada e temor junto aos governos e empresários”, contextualiza Cardoso.
Para Suzana Kahn, as mudanças climáticas já trazem um cenário de não regressão e alguns de seus efeitos já são sentidos de maneira diferente pela sociedade “O impacto do clima se dá de uma maneira desigual, algumas áreas são mais afetadas do que outras e a capacidade de enfrentamento também. Temos uma dupla desigualdade, uma na ação e outra na capacidade de lidar com um problema, causando a imigração” afirmou a vice-diretora da Coppe/UFRJ.
Na visão de Tatiana Assali, esses efeitos afetam também as moedas globais e os bens produzidos pelas empresas.
“Nós não podemos segmentar os impactos do que está acontecendo. Não é só a empresa. Não é só o mercado financeiro. O impacto é generalizado”, explica Tatiana. Ainda sobre como as empresas podem participar de forma mais efetiva sob às ações para mitigar o colapso climático, a diretora de Programas da NINT listou o crescimento de emissões rotuladas como um ponto positivo nessa jornada.
Atualmente, o banco de dados da NINT registra 248 operações sustentáveis de crédito realizadas desde 2015. No acumulado, esse mercado já movimentou R$ 181,124 bilhões no país.
“O acesso ao capital via emissões de dívida, ou empréstimos temáticos ou rotulados. Não apenas verdes, mas com destaques para o social, mitigação, e de adaptação” ressalta a diretora de Programas da NINT.
Encerrando o videocast, as especialistas abordaram as suas expectativas sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27, que acontecera no Egito), Suzana relata que de modo geral, as COPs são um momento decisivo para definição de uma agenda sustentável.
“Seria o último jogo. Você coloca os melhores, o time titular, porque é o jogo decisivo. Há toda uma pressão política, porque a imprensa está lá, mas a preparação vem ao longo do ano todo”, aponta Kahn.
“No mercado de capitais e no mercado de empresas, eu considero uma novidade a COP ter se tornado tão presente e clara. Todos os anos a gente tem um grupo de pessoas de todos os países, discutindo ao logo do ano e tomam as decisões maiores lá. Elas vêm após o trabalho árduo de muitas pessoas”, finaliza Tatiana.
Assista ao quarto episódio do videocast da Rio Bravo: