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A equipe de analistas da NINT seleciona, semanalmente, os principais fatos ambientais, sociais e de governança (ASG) que podem afetar as mais de 200 empresas brasileiras listadas em nossa cobertura. Cadastre-se para receber o Alerta ESG. Confira a seguir as notícias e análises da semana entre 19/07/2022 a 25/07/2022.

 

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IMPACTO: NEGATIVO | MODERADO  
SERVIÇOS FINANCEIROS 


Santander Brasil é condenado ao pagamento de R$ 275 milhões por danos morais coletivos referentes a metas abusivas e práticas de assédio moral 



 


A condenação em segunda instância em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) foi proferida pela 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Segundo o desembargador do Trabalho Dourival Borges de Souza Neto, os depoimentos transcritos na sentença dão “nítida ideia do abalo emocional e psíquico impingido pela sistemática organizacional de fixação de metas de produção, mediante cobrança truculenta pelos gestores, seja diretamente ao empregado ou por meio de reuniões com exposição vexatória”. As ações foram ajuizadas nos anos de 2014 e 2017, e julgadas como parcialmente procedentes em 2019, pelo juiz Gustavo Chebab da 3ª Vara do Trabalho de Brasília. O MPT concluiu que os funcionários do Santander teriam “níveis extremos” de sofrimento causados por práticas inadequadas no ambiente de trabalho. O Santander afirma que pretende recorrer da decisão através da instância superior da Justiça do Trabalho, pois acredita que a mesma não é definitiva e que não se deu de forma unânime, com dois juízes votando pela absolvição do banco. O banco também considera que os julgadores reconhecem as práticas da instituição no combate a qualquer tipo de assédio ou discriminação, como já havia feito o juiz de primeiro grau. 21/07/2022, Infomoney.



Em 2014, um levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) mostrou que, em relação aos problemas de saúde, 66,4% dos bancários responderam que as metas abusivas eram o mais grave problema enfrentado pela categoria e que 58,2% reivindicavam o combate ao assédio moral. Com a crescente incidência de episódios do tipo dentro do setor financeiro, surgiram diversos estudos que buscavam apontar as razões da incidência de síndromes como burnout em trabalhadores do setor. No início de 2022, a doença foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS), passando a ser reconhecida como doença ocupacional. Os bancos podem, além do pagamento de multas, ter que lidar com afastamentos de seus funcionários, o que aumentaria as suas despesas relacionadas aos custos de substituição dos trabalhadores. Isto implica também em dificuldades na atração e retenção de talentos, uma vez que a volta ao trabalho presencial após a pandemia fez muitos trabalhadores repensarem sobre as relações de trabalho após a experiência do home office, levando a um movimento de aumento drástico nos pedidos de demissão no Brasil e no mundo nos últimos meses. Para as análises do impacto deste tema para as empresas do setor financeiro, cabe ainda destacar que, com a crescente presença das gerações mais novas no mercado de trabalho, há uma tendência ainda maior de priorização da qualidade de vida e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal na hora de escolher um emprego, principalmente entre os millenials.


IMPACTO:  NEGATIVO | BAIXO

ENERGIA  | SERVIÇOS PÚBLICOS | SAÚDE


Fitch atribui à Petrobras, Cemig e Rede D’Or um grau maior de risco em questões relacionadas a aspectos ESG 




Segundo a Fitch, a classificação de uma empresa como nível 4 significa que o aspecto ESG tem impacto negativo no perfil de crédito e é relevante para os ratings, ainda que em conjunto com outros fatores. A agência de rating classifica a Petrobras como nível 4 para “score de relevância de crédito ESG” para direitos humanos, relações comunitárias, acesso e capacidade de pagamento, devido ao possível efeito de pressões sociais em futuras políticas de preços. A estatal também tem nota 4 para estrutura de governança devido a seu controle majoritário pela União e ao risco de governança inerente a essa configuração. O mesmo acontece com a Cemig. A Rede D’Or São Luiz, por sua vez, tem “score de relevância de crédito ESG” classificado como 4 para relações e práticas trabalhistas, devido a litígios trabalhistas/tributários. A companhia registra seus funcionários (médicos, em sua maioria) como prestadores de serviços, e não como funcionários. 20/07/2022, Valor Econômico.




Através da Declaração sobre fatores ESG em risco e crédito, a Fitch e demais agências de classificação de crédito (CRAS, sigla em inglês) reconhecem que tais fatores podem afetar os fluxos de caixa dos emissores de dívida bem como a probabilidade de inadimplência em suas obrigações sendo, portanto, elementos importantes para avaliar a solvência dos emissores. De acordo com o Principles for Responsible Investment (PRI), até o momento, a declaração é apoiada por quase 180 investidores (com mais de US$ 40 trilhões em AUM coletivo) e 28 CRAs. A declaração, além de reforçar a transparência sobre a qual são considerados os fatores ESG, a forma como estes são integrados e a medida em que são considerados materiais nas avaliações de crédito, também destaca que, embora a análise de tais fatores do emissor possa ser considerada uma parte importante de uma classificação de risco de crédito, as duas avaliações não devem ser confundidas ou consideradas como intercambiáveis. Em linha com tais diretrizes, em Criticising ESG incorporation does not make it any less essential, o CEO do PRI, David Atkin reforça que os fatores ESG não estão apartados de uma análise fundamentalista e que são uma evolução natural dos dados disponíveis e a serem considerados em decisões de investimento, uma vez que fornecem insights sobre como as empresas consideram e respondem a questões que podem afetar seu sucesso em curto e longo prazo. Ainda de acordo com Atkin, a integração ESG é uma prática em evolução e investidores, governos e reguladores estão em diferentes estágios dessa evolução, com cada vez mais investidores entendendo que seu dever de cumprir suas obrigações com os clientes pode ser impactado pelas tendências ESG – e pelos resultados de sustentabilidade que delas resultam.


IMPACTO:  NEGATIVO | BAIXO

INDUSTRIAL

 

BTG Pactual, Banco Pan e Inter aparecem no topo do ranking de reclamações do Banco Central e Santander e Bradesco também se destacam negativamente entre os maiores



No levantamento realizado pelo Banco Central (Bacen), referente ao primeiro trimestre de 2022, o BTG/Pan apareceu na segunda colocação geral com um índice de reclamações de 68,20 e 1.290 reclamações procedentes e o Inter na terceira com 48,5 e 833, respectivamente, ficando atrás somente do C6 Bank que manteve a liderança já conquistada no quarto trimestre do ano passado, com um índice de 77,99 e 1.265 registros. Entre os grandes bancos, figuram nas primeiras colocações o Santander (27,37) e Bradesco (25,22). O índice de reclamações é calculado baseado no número de reclamações consideradas procedentes, divididas pelo número de clientes da instituição e multiplicada por 1.000.000. As reclamações mais frequentes observadas foram: irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços relacionados a cartões de crédito (2.312), irregularidades relativas à integridade, confiabilidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações dos serviços relacionados a operações de crédito (1.158) e oferta ou prestação de informação sobre crédito consignado de forma inadequada (1.515). Consultado pela reportagem, o Banco Pan afirmou estar em trabalho contínuo de adoção de medidas para melhorar a experiência dos clientes. Já o Inter disse estar buscando aperfeiçoar os seus canais de atendimento. Santander e Bradesco, por sua vez, afirmaram estar buscando otimizar os seus processos além de manterem acompanhamento das reclamações dos seus clientes, colocando a redução permanente dos índices de reclamação entre seus principais objetivos. 21/07/2022, UOL Economia.





A parceria é mais um passo significativo do BB visando atingir os seus 10 Compromissos de Longo Prazo em Sustentabilidade, firmados em março de 2021. O projeto de alinhamento com os Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável (ODS) tem como finalidade auxiliar os clientes do banco na transição para um portfólio sustentável, buscando também contribuir para que os investidores direcionem recursos para empresas causadoras impactos positivos com foco na agricultura de baixo carbono, redução das emissões de gases de efeito estufa, promoção diversidade e implementação de boas práticas de governança. Em relação aos compromissos voltados para energia renovável, o Banco do Brasil destaca, por meio de seu Relatório Anual 2021, a meta de alcançar R$ 15 bilhões em financiamento para projetos na área até o ano de 2025. Ao longo do ano de 2021, o banco intensificou seus esforços visando o cumprimento de suas metas, com destaque para o projeto do Complexo Eólico Serra do Mel, do Grupo Echoenergia, apresentado na COP 26, em Glasgow (Escócia), além da contratação de três operações somando o valor de R$ 250 milhões e a emissão de R$ 142 milhões em debêntures incentivadas para o projeto. A emissão foi certificada pela NINT como título verde, garantindo o direcionamento dos recursos para as iniciativas sustentáveis propostas. Ao final de 2021, o BB já tinha direcionado R$ 8,5 bilhões para projetos no setor, o que correspondia a 56% da meta. 

IMPACTO:  POSITIVO

INDUSTRIAL | ENERGIA

 

Embraer e Raízen firmam parceria para desenvolvimento da cadeia de produção de combustível de aviação sustentável (SAF)




 

Em nota, a Embraer afirma que o uso da tecnologia é parte fundamental da sua estratégia para neutralizar a pegada de carbono das operações até 2040, uma vez que mais de 60% das emissões nas operações da empresa (escopo 1) decorrem do uso de querosene de aviação em ensaios e voos de produção. A fabricante brasileira de aeronaves quer chegar a 2030 com misturas de SAF (sigla em inglês) representando 100% do seu consumo de combustível no Brasil. De olho nas metas de descarbonização no mercado global, a Raízen vê o SAF e os biocombustíveis para navios (biobunker) como novas oportunidades de negócios. 18/07/2022, epbr






As três usinas solares - uma em Cotia (SP) e duas em Rio Parnaíba (MG) têm investimentos de R$ 28,3 milhões da EDP e atenderão exclusivamente a demanda de energia de 28 restaurantes e sete quiosques de sobremesa da franquia responsável pela operação do Mc Donald’s na América Latina e Caribe. Juntas, as plantas têm capacidade anual de geração de 11.726 megawatt-hora (MWh) por ano, ocupam uma área de 18,5 hectares e evitarão a emissão de 725 toneladas de CO2 por ano, além de gerar Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-RECs, na sigla em inglês). A expectativa é uma economia de 30% na fatura de energia. 05/07/2022, Valor Econômico.A iniciativa não é a primeira que ambas as empresas adotam em relação ao tema. Em novembro do último ano, a Embraer também fechava parceria com a fabricante de motores de aviões Pratt & Whitney para iniciar o desenvolvimento de estudos sobre SAF. Em abril deste ano, a Vibra fechou acordo com a Brasil BioFuels (BBF) para acesso exclusivo à produção de diesel verde (HVO) e combustível sustentável de aviação (SAF) feitos a partir do óleo de palma. Como atores relevantes da cadeia de fornecedores do setor de aviação, ambas vêm se posicionando para ser liderança no atendimento ao iminente aumento de demanda por aviões ecoeficientes e combustíveis menos poluentes e, consequentemente, colher os ganhos do crescimento desta frente da transição energética e economia de baixo carbono.


O setor de aviação, responsável por cerca de 
2,5% das emissões globais de gases de efeito estufa em 2018, faz parte do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA, sigla em inglês), que visa, a partir de 2021, estabilizar as emissões líquidas de CO2 da aviação civil internacional aos níveis de 2019 através de programas de compensação. O CORSIA foi projetado para ser uma estratégia de curto a médio prazo (2021-2035) para alcançar um crescimento neutro em carbono na aviação internacional até que a tecnologias de baixo carbono como o SAF ganhem escala e que aviões elétricos ou movidos a hidrogênio sejam totalmente desenvolvidos.


Segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), até o ano passado, 36 países tinham implementado 
políticas para adoção do combustível sustentável de aviação. Estima-se que essa demanda global deve saltar de 100 milhões de litros em 2021, para 5 bilhões em 2025. No Brasil, em março deste ano, o Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou uma proposta de marco legal para inserção do SAF no mercado brasileiro que, se aprovada, obriga operadores aéreos a reduzir suas emissões em voos domésticos em, no mínimo, 1% a partir de 1º de janeiro de 2027, através da mistura de SAF à querosene de origem fóssil. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) poderá elevar esse percentual para até 10%, e também reduzir, “a qualquer tempo, por motivo justificado de interesse público, temporariamente”, para até 0,5%.



IMPACTO:  POSITIVO
SERVIÇOS PÚBLICOS

 

Grupo Ambipar cria empresa com escopo de certificação para gestão de resíduos



 

Acreditada como um Organismo de Certificação (OCP) pelo Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), a Ambipar Certification realizará atividades de avaliação em diferentes tipologias de esquemas de certificação para produtos, serviços e processos para verificar o cumprimento e atendimento às normas e requisitos legais. Ao conceder o Selo Verde, ela atesta que a empresa auditada cumpriu a legislação - inclusive os requisitos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - qualificando-a quanto às práticas de aterro zero e economia circular. Para a renovação da certificação, além de manutenções periódicas anuais, as empresas serão reavaliadas a cada três anos e novamente submetidas aos processos de análise para averiguar o atendimento às diretrizes e requisitos exigidos, bem como à PNRS. 30/06/2022, Forbes.




IMPACTO:  POSITIVO

INDUSTRIAL | ENERGIA

 


Swift e Seara, da JBS, ampliam consumo de energia limpa com usina solar de Saltinho (SP) 


Localizada no interior de São Paulo, a Usina Fotovoltaica (UFV) Âmbar Saltinho, da Âmbar Energia, empresa de soluções em energia do grupo J&F, é composta por quatro usinas, com 9.408 placas fotovoltaicas. No total, as quatro usinas somam 5.174 kWp de potência, o que equivale à energia consumida por 2,8 mil residências. A aquisição de parte da energia produzida pela usina caminha junto ao objetivo da JBS de ampliar o consumo de energia limpa e renovável em suas operações. Com isso, o sistema evitará a emissão de 12,193 toneladas de CO2 na atmosfera, o mesmo que o plantio de 4 mil novas árvores por mês. 18/07/2022, IstoÉ Dinheiro.




Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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