A equipe de analistas da NINT seleciona, semanalmente, os principais fatos ambientais, sociais e de governança (ASG) que podem afetar as mais de 200 empresas brasileiras listadas em nossa cobertura. Cadastre-se para receber o Alerta ESG. Confira a seguir as notícias e análises da semana entre 07/06/2022 a 13/06/2022.
IMPACTO:
POSITIVO
TELECOMUNICAÇÕES
TIM simplifica contrato para reduzir processos cíveis
A TIM, numa tentativa de reduzir o número de reclamações de consumidores em face da companhia, adotou um novo modelo de contrato para venda de planos pós-pagos de telefonia móvel. Reduzidos a apenas 2 páginas, enquanto o modelo anterior se estendia por 40, o contrato também foi simplificado, de forma a facilitar seu entendimento. O processo de mudança dos contratos contou com o suporte de equipes de linguistas, designers, advogados e programadores, de forma a consolidar num mesmo documento textos, fluxogramas, gráficos, imagens e links que facilitam sua leitura. Segundo pesquisa interna realizada pela TIM, já foi possível observar maior agilidade na assinatura de contratos. Contudo, o principal interesse da empresa é a diminuição nos casos de litígio civil que em anos anteriores chegaram a superar 100.000 processos. O setor de telecomunicações é o segundo que mais gera reclamações de consumidores, de acordo com a plataforma consumidor.gov.br, sendo responsável por 21,1% delas, logo atrás do setor financeiro/bancário, responsável por 29%. No Procon de São Paulo a TIM liderou por dois anos consecutivos a lista de empresas mais reclamadas, tendo sido registradas 3.787 queixas em 2019. 10/06/2022, Valor Econômico.
Em seu Formulário de Referência de 2022 (p. 53), a TIM informa que é parte em 91.107 ações cíveis movidas por consumidores em face da operadora e que provisionou aproximadamente R$ 143 milhões para ações com risco de perda considerado como provável. Dentre os processos, destacam-se demandas envolvendo suposta cobrança indevida, cancelamento de contrato, qualidade dos serviços, defeitos e falhas na entrega de aparelhos e negativação indevida. Considerando que a TIM conta com o maior número de reclamações de consumidores segundo a Anatel, o modelo de contrato baseado no visual law pode vir a ser uma solução de fácil implementação no combate ao grande volume de litigâncias em face da companhia.
IMPACTO:
POSITIVO
CONSUMO CÍCLICO
Lojas Renner lança calçados feitos a partir de resíduos de uva
Na última quinta-feira (09/06), a Renner lançou os primeiros calçados da coleção cápsula produzidos a partir de resíduos de uva, não aproveitados nas indústrias de suco e vinho. Após a prensa e processamento, as sementes da uva viram farinha para compor parte do material que dá origem aos sapatos. O emprego dessa nova tecnologia, além de diminuir a necessidade de matéria-prima virgem, também estimula a economia circular ao promover o engajamento de parceiros e da cadeia de fornecedores em torno do desenvolvimento de matérias-primas não convencionais, com foco no aproveitamento de resíduos que seriam descartados pelas indústrias. No caso dos resíduos de uva, a empresa informa que pretende expandir gradativamente o uso desta nova matéria-prima para outras linhas de produto. 08/06/2022, Exame.
IMPACTO:
POSITIVO
MATERIAIS
Vale lança fundo de R$ 100 milhões para financiar transição energética e sustentabilidade na mineração
Em busca de negócios que ofereçam soluções para minimizar a geração de resíduos na mineração ou que possam elevar a produtividade na extração de minerais estratégicos para transição energética, como níquel e cobalto, que são matérias primas para baterias, a mineradora Vale anunciou um fundo corporativo de capital de risco, o Vale Ventures, com previsão de até US$ 100 milhões para investir ao longo dos próximos cinco anos. O fundo buscará startups em todo o mundo que já tenham produto comprovado e gerem receitas para investir de forma minoritária nas empresas, bem como compartilhar capital humano e rede de clientes e fornecedores. A startup americana Boston Metal, que desenvolve soluções para redução das emissões de CO2 na produção de aço, adquirida pela emprea no ano passado por US$ 6 milhões, é a primeira a compor o portfólio do Vale Ventures. 09/06/2022, Capital Reset.
Florestas plantadas removem e estocam mais CO2 do que se pensava
Uma atualização dos estudos realizados pela Embrapa Florestas apontou que a perda de carbono em solos convertidos para plantios florestais é da ordem de 5% e não 33%, como se acreditava anteriormente. A atualização foi possível porque os cientistas passaram a utilizar o índice de alteração de carbono (IAC) no solo com base em informações de pesquisas nacionais, que levam em conta as especificidades do Brasil, mostrando maior potencial de mitigação dos gases de efeito-estufa (GEEs) pelos plantios de florestas. Para chegar a esse dado, o estudo compilou informações de experimentos e ensaios sobre estoques de carbono no solo em florestas plantadas conduzidos no país, acrescentando as culturas de eucalipto, pinus e acácia-negra.
A partir da análise dos resultados, foi proposto um novo IAC no solo para os plantios florestais, que passou a ser adotado pelo Brasil no seu quarto inventário nacional de emissões de gases de efeito-estufa, publicado no ano passado. O IAC médio nacional foi de 0,95, o que significa uma redução de 5% no estoque de carbono quando os solos são convertidos para florestas plantadas. Josileia Acordi Zanatta, pesquisadora da Embrapa Florestas, afirma que nos “estudos de conversões de pastagens para plantios florestais de eucalipto, por exemplo, percebemos um acréscimo nos estoques de carbono no solo da ordem de 10%”. Destaca ainda que essa é uma espécie de rápido crescimento e que por isso a quantidade de carbono retirado da atmosfera anualmente é bastante significativa, podendo ultrapassar 500 milhões de toneladas.
Por fim, o potencial de mitigação das emissões de GEEs dessas florestas pode ser ainda maior se combinadas com técnicas de manejo do solo que fixam o carbono, evitando que ele retorne à atmosfera pela decomposição da matéria orgânica. Entre as técnicas, estão o uso de sistemas de preparo de solo com baixo revolvimento, a fertilização para reposição de nutrientes e o manejo adequado de resíduos florestais da colheita, de modo a proteger o solo contra a erosão e para manter sua umidade, o que colabora também com a diversidade de micro-organismos. 06/06/2022, Valor Econômico.
Cresce o número de companhias listadas na bolsa assumindo compromissos ESG
De acordo com o levantamento feito pela consultoria Luvi One e Arara.io, entre as 404 companhias listadas na B3, o número de empresas que estabeleceram metas de redução de impacto ambiental subiu de 37%, em 2021, para 45%, neste ano. Além da existência de metas abertas ou específicas, também foi verificado se as empresas consideram os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, se utilizam a metodologia Global Report Initiative (GRI) e demais ações de gestão ambiental e de sustentabilidade. Segundo o levantamento, os setores que mais apresentam metas ESG são os de energia, seguido pelo setor de transportes e de serviços financeiros. A evolução é acelerada no setor de energia, provavelmente pela necessidade do mercado de contabilizar as emissões de escopo 1 e 2, que estão mais no controle das organizações. A maior concentração da pegada de carbono, no entanto, são as emissões de escopo 3, o que representa um grande desafio para as companhias brasileiras. A líder do Comitê ESG da Neo Investimentos, Andrea Bottcher, afirma que “a transição para economia de baixo carbono é um caminho sem volta [...]” e que tem como objetivo “separar o que é greenwashing do que de fato é um comprometimento das empresas”. 07/06/2022, Valor Econômico.
Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa.