Layout do blog


A equipe de analistas da NINT seleciona, semanalmente, os principais fatos ambientais, sociais e de governança (ASG) que podem afetar as mais de 200 empresas brasileiras listadas em nossa cobertura. Cadastre-se para receber o Alerta ESG. Confira a seguir as notícias e análises da semana entre 14/06/2022 e 20/06/2022.

 

Recebeu essa newsletter, mas não está cadastrado? Inscreva-se →

IMPACTO: POSITIVO 
MATERIAIS
 

 

Suzano lança fundo de US$ 70 milhões para startups de bioeconomia 


Batizada de Suzano Ventures, a iniciativa vai mirar empresas no Brasil e no exterior com foco em tecnologias de baixo carbono que gerem valor a partir das florestas plantadas, aplicações de biomassa da celulose e soluções com embalagens celulósicas, além de agtechs que aceleram a produtividade agroflorestal e a captura de carbono, bem como empresas que façam a medição e gestão do sequestro de carbono pelas florestas. O projeto da Suzano está em linha com seu plano de ir além do papel e celulose e escalar novos produtos a partir do eucalipto – como tecidos e plásticos – para substituir combustíveis fósseis. Além dessa iniciativa, a companhia já havia anunciado que pretende vender créditos de carbono gerados pelas suas florestas – cerca de 22 milhões de toneladas de carbono sequestrado - já submetidos à certificação. 14/06/2022, Capital Reset



IMPACTO: POSITIVO
CONSUMO NÃO-CÍCLICO


M. Dias Branco fecha parceria para geração de energia eólica 


A M. Dias Branco firmou parceria com a Ômega Energia para a geração de energia por três parques eólicos, a qual será destinada às unidades produtivas da empresa de alimentos. Nesta parceria, será utilizado o complexo eólico localizado em Paulino Neves, no Maranhão, com capacidade instalada de 97,2 MW, dos quais 18 MW médios serão comercializados junto à M. Dias branco, sob o regime de autoprodução por equiparação. 13/06/2022, Investing.com



IMPACTO:  POSITIVO
CONSUMO NÃO-CÍCLICO

 

Raízen inaugura primeiro posto com estação de recarga para veículos elétricos  

 

Na última segunda-feira (13/06), a Raízen inaugurou sua primeira estação Shell Recharge, na zona norte de São Paulo. Com carregadores de 50 kW e 150 kW, os postos podem abastecer veículos elétricos em até 35 minutos, com energia de fonte renovável certificada. A empresa, que já fornece energia limpa para mais de 500 postos Shell por meio da geração distribuída, espera implantar uma rede com 35 desses postos até março de 2023, reforçando seu portfólio de soluções renováveis, bem como reduzindo em até 20% os custos de energia. 13/06/2022, IstoÉ Dinheiro.



IMPACTO:  POSITIVO
CONSUMO NÃO-CÍCLICO

 

Multilaser anuncia aluguel de motos elétricas por R$ 699  

 

Por meio da Watts, adquirida em março deste ano por R$ 10,5 milhões, a Multilaser se une à startup E-moving e anuncia uma nova modalidade de aluguel de motos elétricas. O modelo oferecido, W125, é comparável a um modelo de 125cc e será exclusiva para clientes B2B, a partir de um aluguel no valor de R$ 699 ao mês, pelo prazo mínimo de 12 meses. As motos têm autonomia de 150 km por ciclo de carga em cada uma das duas baterias de lítio de 72V e 35ah e a velocidade máxima é de 100 km/h. Mesmo sem uma infraestrutura de carregamento específica para motos elétricas, área que a Multilaser planeja se inserir no futuro, o lançamento já conta com uma encomenda de 1.300 unidades para a Box Delivery, empresa de last mile que atua em diversas regiões e setores de entrega em todo Brasil. 14/06/2022, UOL.



IMPACTO:  POSITIVO
ENERGIA

 

Petrobras anuncia chegada de novo navio ecoeficiente ao Brasil   

 

A Petrobras anunciou a chegada da embarcação Suezmax DP2 Eagle Colatina ao país, cuja redução no consumo de energia, se comparada a embarcações tradicionais da mesma classe, é de 24%, o que contribuirá para a estratégia climática da companhia. A maior eficiência foi conquistada devido ao uso de materiais e motores mais leves que os tradicionais na sua construção, o que diminuiu consideravelmente o seu peso. A empresa informa que 37% da sua frota já é composta por navios sustentáveis e que, até o final do ano, devem receber outros dois navios, o Eagle Cambe e o Eagle Crato. 15/06/2022, Valor Econômico.



De acordo com o International Chamber of Shipping (ICS, sigla em inglês) e a Organização Marítima Internacional (IMO, sigla em inglês), a frota de embarcações comerciais é responsável por cerca de 3% do total das emissões de gases de efeito estufa (GEE) globais, equivalente à emissões anuais de países desenvolvidos como a Alemanha. Com isso, caso nenhuma ação seja tomada, estima-se que em 2050, possa representar 17% das emissões globais.


Estima-se que a partir de 2023, embarcações convencionais precisarão passar por modificações para se tornarem mais sustentáveis, acompanhando regulamentações da IMO para a descarbonização do transporte marítimo. Além disso, em julho de 2021, a União Europeia anunciou o Fit for 55, um roadmap para alcançar os compromissos climáticos do bloco, que tramita em rito acelerado perante o Parlamento e Conselho Europeu. Se aprovado, o setor de transportes navais passará a ser incluído no sistema de créditos de carbono europeu (EU ETS), sendo que todo navio acima de 5000 de arqueação bruta que atracar em portos europeus em viagens intra União Europeia serão alcançados pelo sistema, independente da bandeira da embarcação. Para viagens que terminam fora do território europeu, 50% das emissões de CO2eq serão incluídas no sistema de precificação. Dessa forma, o total das emissões ocorridas enquanto os navios estão atracados nos portos europeus ficam sob a égide do mecanismo de crédito, afetando diretamente o custo do transporte internacional. 


No Brasil, alguns portos já estão aderindo de forma voluntária a mecanismos de descontos tarifários para navios ecoeficientes, como o ESI (Environmental Ship Index) que identifica embarcações com melhor performance em emissões de poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa. Dessa forma, cada vez mais as empresas terão que investir em embarcações ecoeficientes para garantir a competitividade de seus produtos.


Cabe destacar que o relatório Decarbonising Maritime Transport by 2035, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), emitido em 2018, analisou quatro cenários de descarbonização do setor e conclui que, com a utilização de tecnologias existentes à época em larga escala, já era possível descarbonizar o setor de transportes marítimos até 2035. 


IMPACTO:  POSITIVO
SERVIÇOS FINANCEIROS

 

Santander vai substituir cartões de plástico por alternativa mais ecológica 

 

A partir deste mês o Santander passará a emitir cartões ecológicos e reciclados para os clientes SX e Elite, que representam 76% do total de cartões emitidos pelo Banco; a expectativa é substituir os cartões de todos os segmentos nos próximos 2 anos. Os chamados eco cards serão emitidos somente para novos clientes e para aqueles que solicitarem uma nova via do cartão. O novo modelo, além de ser composto por material reciclado e ter a mesma qualidade e durabilidade dos modelos convencionais, também já vem com tecnologia contactless para pagamentos por aproximação sem a necessidade de inseri-los nas maquininhas. Com a iniciativa, o Santander pretende diminuir em 85% a sua contribuição em resíduos de plástico no meio ambiente e 37% de emissão de gases do efeito estufa provenientes da fabricação dos cartões. 17/06/2022, Segs.


IMPACTO:  POSITIVO
CONSUMO NÃO-CÍCLICO

 

Ambev anuncia que 100% da eletricidade consumida no Brasil será advinda de fontes renováveis até 2025

 

A Ambev anunciou que consumirá apenas energia proveniente de parques eólicos localizados no Nordeste, em parceria com a Engie Brasil Energia, Neoenergia Oitis e 2W Energia. Estes parques fornecerão energia para a estrutura industrial da Ambev, composta hoje por 32 unidades produtivas entre fábricas de cerveja e refrigerante, maltarias e fábricas de latas, garrafas de vidro e rolhas. Os contratos estão sob sigilo, sem informações públicas sobre prazo, valores financeiros e capacidade total gerada oferecidas à Ambev. Esta iniciativa faz parte do cronograma de metas de redução de emissões próprias de carbono, pretendendo zerá-las até 2030 e reduzi-las em 25% até 2025. O modelo de parcerias para a produção de energia renovável já existe desde de 2020, quando a companhia anunciou o plano de construir 46 usinas solares para abastecer quase 100 centros de distribuição. Atualmente, a Ambev conta com 20 usinas e planeja chegar às 46 ao final de 2022. 15/16/2022, Valor Econômico



A Ambev conta com operações em diversos países da América, e busca ter até 2025 100% de seu consumo de energia proveniente de energias renováveis, como informado em seu quadro de Metas de Sustentabilidade (Relatório Anual e de ESG - p. 42). As operações nos países da América Central e Caribe (CAC) são as que detém menor percentual de fontes renováveis (16,4%), e as operações no Canadá contam com o segundo pior percentual de fontes renováveis (33,2%). Dentro do cenário dos países sul-americanos (excluído Brasil), as operações contam com 90,2% de fontes renováveis, com destaque para Chile e Argentina, que são 100% renováveis.


Este status da Ambev demonstra uma gestão ativa sobre o tema de uso de recursos e mudanças climáticas, com ênfase em emissões de gases de efeito estufa (GEE). Com a redução de suas emissões de GEE, estima-se uma redução de despesas significativa em um cenário de precificação das emissões de carbono, além de contribuir para a redução de potenciais impactos aos insumos da companhia - como variações nos preços dos grãos - que são diretamente afetados pelas mudanças climáticas. 


IMPACTO:  POSITIVO
CONSUMO NÃO-CÍCLICO

 

Hospital do Grupo Kora recebe certificado I-REC de consumo de energia renovável 

 

O Grupo Kora chegou a marca de sete hospitais com a certificação internacional I-REC, que atesta o consumo exclusivo de energia renovável. Através de contrato com a EDP Energia Livre para fornecimento de energia solar e eólica, foi verificada uma redução de 26,6% nas despesas com energia elétrica na soma de todos os sete hospitais certificados, segundo fontes da própria Kora. Este percentual representa uma redução de cerca de R$ 6,9 milhões anuais nos custos da companhia. 14/06/2022, Mídia News



O uso de energia de fontes renováveis pelo setor de saúde representa um avanço material relevante, dado que o consumo de energia é o que representa maior impacto nas emissões de gases de efeito estufa na gestão hospitalar. 

Os certificados internacionais de energia renovável (I-REC) servem como forma de comprovação da fonte de energia renovável e demonstram um compromisso por parte da gestão das companhias com a redução de seus impactos negativos sobre o meio ambiente, através da redução nas emissões de gases de efeito estufa de escopo 2 (gerado a partir do consumo de energia).

O Grupo Kora opera 16 hospitais, sendo 7 destes certificados com I-RECs. A companhia afirma em seu Relatório de Sustentabilidade (p. 39) que 50% dos hospitais sob gestão migraram para o mercado livre de energia. A energia do mercado livre é proveniente de fontes renováveis, gerando assim menor impacto ambiental, além de gerar vantagens competitivas em relação ao custo de aquisição de energia. 





OCDE emitiu um roteiro para que o Brasil se torne membro 


O Itamaraty anunciou que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aprovou o chamado roteiro de ascensão para o Brasil à organização, que detalha os termos e condições e o processo a ser seguido. Como próximos passos, o Brasil deverá preparar o memorando de autoavaliação, detalhando sua convergência aos normativos da organização. Na sequência, os comitês temáticos da organização irão analisar as políticas e práticas do país. O roteiro inclui uma reforma das políticas públicas brasileiras, como abertura do comércio e de investimentos, crescimento inclusivo, bem como pautas relacionadas à governança. Além disso, um dos pilares do plano de ascensão é a agenda climática e o compromisso em atingir a neutralidade de carbono até 2050. A organização ainda ressalta a importância de “fazer cessar e inverter o recuo da biodiversidade, o desmatamento e a degradação das terras de agora até 2030 e proteger outros ecossistemas vitais”. 10/06/2022, Valor Econômico



A agenda climática tem se tornado cada vez mais um requisito fundamental para países e instituições. No roteiro do Brasil, foi a primeira vez que a OCDE incluiu temas de meio ambiente e clima como requisito para ascensão de um país. 


Cabe destacar que o tema mudanças climáticas foi inserido na avaliação de forma transversal e será avaliado por diversos comitês, para além do de Política Ambiental, como pelo de Desenvolvimento Regional, de Altos Funcionários do Orçamento, de Política Regulatória, de Agricultura e de Política do Consumidor. Além dos requisitos relacionados ao Acordo de Paris e as metas climáticas da COP26, os comitês também vão avaliar as políticas e resultados no que se refere ao desmatamento, com especial atenção pelos Comitês de Agricultura e de Política Ambiental. 


De acordo com a análise do Instituto Talanoa, o país atende, no papel, uma grande parte das decisões substantivas, recomendações e declarações existentes no âmbito da OCDE na seara ambiental, porém destaca que a implementação dessas políticas pode ser o calcanhar de aquiles do processo de ascensão.


Ainda não está claro como serão avaliados os novos requisitos ambientais e, mesmo na parte regulatória, o país pode ter problemas em comprovar sua aderência às recomendações da organização. Entre os desafios pode-se citar a implementação de política climática no planejamento orçamentário de médio prazo, bem como outros evocados pela Capital Reset, como o combate à impunidade relacionada à crimes ambientais, o respeito aos direitos dos povos indígenas e comunidades quilombolas e a alteração na base de cálculo das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, sigla em inglês). 



Conformidade ESG é entrave para fornecedores da grande indústria de SP  


Pesquisa conduzida pela FIA Business School em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) informa que 70% das grandes indústrias paulistas ampliaram a exigência de critérios ESG junto à cadeia de suprimentos, mas somente 30% dos fornecedores estão preparados para atender aos requisitos. Apesar de não apontar quais seriam as exigências, o estudo constatou que a falta de recursos financeiros é o principal entrave para conformidade ESG, sendo constatado por 28% dos fornecedores. Outros fatores apontados foram: falta de conhecimento sobre os padrões e metodologias (22%); falta de pessoal capacitado (17%), e; falta de procedimentos (15%). Segundo a professora Monica Kruglianskas, que coordena a cadeira de sustentabilidade da FIA e foi uma das responsáveis pelo estudo, a cadeia de suprimentos tem se mobilizado em torno do fornecimento e da conformidade contratual, mas apenas as grandes empresas consideram e/ou incorporam fatores ESG em suas metas estratégicas e suas políticas de remuneração. O estudo aponta que, devido à maior aproximação e diálogo com o setor financeiro, 75% das grandes empresas conseguem obter condições favoráveis de financiamento por boas práticas ESG, enquanto 50% das pequenas e médias empresas não reconhecem benefício algum. 16/06/2022  Yahoo




Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 



Por Mayara Rufino 14 mai., 2024
Com a integração da NINT ao negócio, ERM reestrutura gestão visando protagonismo no mercado de Finanças Sustentáveis
Por Hugo Barreto 18 abr., 2024
ESG Research: 3Tentos e JBS
Por Hugo Barreto 18 abr., 2024
SLC Agrícola, JHSF, Petrobras, Gerdau e Vale são destaque nesta edição do Alerta ESG
Por Hugo Barreto 16 abr., 2024
Entenda como nossa equipe de especialistas pode auxiliar a sua instituição financeira a se engajar no desenvolvimento de PFS
Por Mayara Rufino 09 abr., 2024
ERM anuncia novo comando da operação do Brasil
Projeto com foco na promoção de uma transição justa para uma economia de baixo carbono terá a CAIXA
Por Mayara Rufino 08 abr., 2024
Projeto com foco na promoção de uma transição justa para uma economia de baixo carbono terá a CAIXA como beneficiária
Por Hugo Barreto 04 abr., 2024
Rede D'or, Marfrig, Zamp, Petrobras e Usiminas são destaque nesta edição do Alerta ESG
Por Hugo Barreto 09 mai., 2024
ESG Research: Track&Field e Cury
Por Hugo Barreto 27 mar., 2024
Vale, Cemig, Dexco e Banco do Brasil são destaque nesta edição do  Alerta ESG
Por Hugo Barreto 27 mar., 2024
ESG Research: Orbia e Dexco
Mais Posts
Share by: