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 ESG Research: confira os destaques sobre a performance socioambiental das empresas Alliar, BrasilAgro, Magazine Luiza e Mercado Livre


Alliar, BrasilAgro, Magazine Luiza e Mercado Livre são as atualizações da nossa cobertura desta edição. Disponibilizamos também um resumo de nossa análise da Kora Saúde, inédita em nossa cobertura. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG nas suas decisões de investimento, consulte nossa equipe. Para mais detalhes sobre as análises e como integrar fatores ESG nas suas decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com 

Companhia pertencente ao setor de análises e diagnósticos de saúde, a Alliar ainda não divulga relatórios anuais ou dados segmentados sobre sustentabilidade. Estão ausentes das publicações da companhia questões relacionadas a consumo de recursos energéticos ou hídricos, iniciativas e taxas referentes à saúde e segurança de seus funcionários, diversidade no corpo de colaboradores, dentre outras métricas ESG. Observa-se que outras empresas do mesmo setor, como o Grupo Fleury e a Dasa, já trazem informações e relatam anualmente seus dados ESG. 


Apesar da companhia possuir, segundo a mesma, ampla frota de veículos próprios, a Alliar não realiza inventário de emissões de gases de efeito estufa ou divulga informações relacionadas ao tema.


Em relação a diversidade na diretoria e conselho, a Alliar conta com apenas uma conselheira (9% do conselho de administração) e uma diretora executiva (representando 20% do total de diretores). Em comparação com a cota promulgada pela União Europeia em junho deste ano, estes percentuais estão abaixo dos valores considerados como melhores práticas, que são de 40% de conselheiras e 33% de mulheres diretoras executivas e não-executivas combinadas. 



Inédita em nossa cobertura, a BrasilAgro (AGRO3) é uma empresa brasileira focada na comercialização de propriedades rurais, mediante compra, venda ou arrendamento, e na produção e comercialização de produtos agrícolas - segmento este dividido em grãos, cana-de-açúcar, algodão, pecuária e outros (resíduos da produção de grãos). 


Em nossa análise, no que tange aos aspectos ambientais, foram observados alguns riscos e oportunidades no que diz respeito a escassez hídrica, uso de biodefensivos, risco de desmatamento e mudanças climáticas. Em relação aos recursos hídricos, por exemplo, aproximadamente 99% do total de água captada de rios e poços destina-se aos processos de irrigação nas fazendas da BrasilAgro. Conforme avaliação realizada através da plataforma Aqueduct Water Risk Atlas, do World Resources Institute (WRI), as Fazendas Arrojadinho (BA), Chaparral (BA), Jatobá (BA), Preferência (BA), Rio do Meio (BA) e Xingu (MT) (arrendada) estão em regiões com alto estresse hídrico. A captação de água nessas propriedades representou 7,3% do total na safra 2020/2021. 


Na última safra, a companhia expandiu o uso de biodefensivos para todas as fazendas no Brasil e a agricultura de precisão para cerca de 13% da área plantada. O investimento em biodefensivos, uma alternativa para o uso de insumos químicos no combate de pragas e doenças, mas com menor risco em sua aplicação, somou R$ 2,9 milhões no período, representando 10% dos gastos totais realizados com defensivos agrícolas no ano-safra. A expansão do uso de tecnologia na agricultura de precisão, que otimiza a aplicação de fertilizantes e corretivos, gerou uma economia de custos que gira em torno de 20%, além de melhorias do solo e na minimização de riscos associados à aplicação de insumos agrícolas. A construção da primeira biofábrica totalmente automatizada deve ser concluída na safra 2021/2022 e é esperado que o uso da técnica de agricultura de precisão continue a crescer, abrangendo 100% das fazendas no Brasil em um período de até dez anos. 


Ao não se comprometer com o encerramento de conversação de florestas nativas para expansão de área agrícola, ainda que legal conforme as exigências do Código Florestal brasileiro, a BrasilAgro sofre o risco da saída de clientes e credores com compromissos de desmatamento zero. A companhia tem a maioria das suas fazendas localizadas principalmente na região do Matopiba, no bioma Cerrado, e entre 2012-2017, desmatou 21.690 hectares de vegetação do bioma, de acordo com dados da Chain Reaction.

 

A BrasilAgro relata que em 2021 foi realizado o seu 1º inventário de GEE para mapear fontes emissoras e desenvolver iniciativas de redução e/ou compensação de emissões. Também são mencionados dois projetos para mapear potenciais áreas para a emissão, no futuro, de créditos de carbono - o Projeto Carbono+, na Fazenda Chaparral (BA), desenvolvido pela Bayer com apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); e Projeto PSA Soja Brasil, com a Sumitomo Chemical e a ONG Tropical Forest Alliance (TFA). 



Marcado por um crescimento exponencial de seu marketplace, que teve seu volume de vendas quadruplicado, o ano de 2021 também trouxe à tona a problemática da exposição dos compradores a anunciantes de produtos falsificados, ilegais ou prejudiciais. O fato evidencia a necessidade de priorização de esforços nesta frente de modo a mitigar os riscos regulatórios e reputacionais relacionados à qualidade e segurança dos produtos oferecidos pela empresa a seus clientes. Apenas em 2021, 626 anunciantes foram banidos ou suspensos por descumprirem condições de regularidade dos produtos. 

 

Vale destacar que o crescimento do braço de operações financeiras do Magazine Luiza também aumentou sua exposição a riscos regulatórios: em 2020, a companhia foi condenada a pagar uma multa de R$ 10,5 milhões pela cobrança de seguros e produtos não solicitados nas faturas dos cartões de crédito contratados nas lojas. A categoria de cobrança indevida corresponde sozinha a cerca de 19% do total de reclamações contra a empresa registradas no Procon e no Reclame Aqui em 2021.

 

No aspecto ambiental, a Magalu não apresenta compromisso Net-Zero, tampouco divulga metas concretas de redução de emissões. No entanto, apresentou em seu último Relatório Integrado sua estratégia de mitigação de emissões da companhia, que engloba o aumento da compra de energia limpa, o incentivo à eletrificação de frotas de empresas de transporte parceiros (que representam quase a totalidade de sua frota) e o investimento em frota ecoeficiente própria. Além disso, até 2030, espera atingir 100% de abastecimento de energia proveniente de fontes limpas, a qual já representava 33% de toda a energia usada pela empresa em 2021. 




A maior companhia do setor de e-commerce e tecnologia financeira na América Latina traz em suas últimas divulgações destaques em dois principais temas. Em primeiro lugar, o Mercado Livre passou a publicar, em 2021, o Relatório de Transparência, onde reporta semestralmente medidas e resultados das moderações em seu marketplace visando minimizar os riscos de responsabilização e danos aos consumidores. Nele é reportado que apenas 1,09% dos produtos adicionados em 2021 em seu marketplace foram detectados como violadores dos Termos e Condições da companhia. 


Ainda nesse tema, outro destaque é a criação da Aliança do Mercado Livre contra a falsificação e pirataria que, em parceria com titulares de direitos de Propriedade Intelectual, objetiva combater o comércio de produtos falsificados. 

O segundo tema de destaque são suas iniciativas de mitigação climática. Em 2021, o Mercado Livre buscou, pela primeira vez, identificar impactos da crise climática em seu setor e suas operações, e destacou riscos regulatórios, em torno da precificação de carbono, e riscos físicos, associados à probabilidade de uma maior frequência e intensidade de eventos climáticos extremos – os quais podem afetar os principais centros de distribuição e escritórios da empresa. A partir disso, sua estratégia de descarbonização foi centrada no abastecimento por energia renovável e na transição total para uma frota de transporte ecoeficiente, com o compromisso de atingir 100% das operações abastecidas por energia de fontes renováveis ao final da década. Em dezembro de 2021, a companhia contava com 548 veículos elétricos em sua frota, número que pretende dobrar até o final de 2022. 



A Kora Saúde é uma empresa do ramo de serviços hospitalares. Apesar da empresa possuir 80% de seu quadro funcional composto por mulheres em 2021, de acordo com o Relatório de Sustentabilidade de 2020, o conselho de administração da empresa é 100% formado por homens. Além deste fato, a companhia tem apenas uma mulher dentre os nove membros da diretoria executiva. 


Na esfera ambiental, a companhia vem trabalhando em duas frentes para a redução de consumo de energia de fontes não renováveis: primeiramente, já migrou nove unidades hospitalares para o mercado livre de energia incentivada (53% dos 17 hospitais) e iniciou estudos de viabilidade técnica para formalizar uma parceria ou investir numa usina fotovoltaica própria, com o objetivo de suprir 100% da demanda energética da companhia, que em 2020 foi de 60,3 milhões de mega joules. Outro tema material para empresas hospitalares é a gestão de resíduos, em especial os perigosos. A companhia informa seguir o Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde (PGRSS), que fornece diretrizes de manejo de resíduos baseado nas principais exigências das autoridades ambientais brasileiras. 


No que tange à aspectos sociais, a companhia não informa em seu último Formulário de Referência o seu índice de rotatividade, tendo apenas o registro de colaboradores desligados pela companhia nos últimos 3 anos. A ausência dessas informações dificulta a análise aprofundada da eficácia de políticas de retenção de talentos, os riscos atrelados a substituição de funcionários e, intrinsecamente, compromete a transparência. Em relação à saúde e segurança dos funcionários da companhia, é informado no Relatório de Sustentabilidade mais recente (2020) que houve 146 lesões com comunicação obrigatória em toda operação da companhia. Tanto por falta de padronização dentro do setor de saúde, quanto pela falta de dados históricos da Kora, este dado acaba por não gerar comparabilidade ou conclusões precisas. 



Confira o Alerta ESG desta semana e cadastre-se para receber em primeira mão as análises dos especialistas da NINT em seu e-mail. 



Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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