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 ESG Research: Arezzo e Credit Suisse

Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de Arezzo e Credit Suisse. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com

A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.

A Arezzo Indústria e Comércio S.A. foi fundada em 1972 na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, e tem como atividades preponderantes a fabricação, o desenvolvimento, a modelagem e o comércio de calçados, bolsas, acessórios e itens de vestuário para o mercado feminino e masculino. Atualmente atuando por meio da holding Arezzo&Co, é líder no setor varejista de calçados femininos no Brasil, conforme a Associação dos Lojistas de Shopping Centers. Possui 14 marcas em seu portfólio: Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Fiever, Alme, Reserva, Reserva Go, Reserva Mini, Eva, Oficina Reserva, Ink e TROC e no final de 2019 passou também a ser a distribuidora exclusiva da marca Vans® no Brasil. A companhia conta ainda com 5 lojas nos EUA e comercializa seus produtos por meio de mais de 5.000 clientes multimarcas em todo o Brasil, além de suas franquias e lojas próprias. Uma parte da produção da marca Schutz e a totalidade das marcas Alexandre Birman, Alme e Fiever é realizada em fábricas próprias, no parque industrial localizado na cidade de Campo Bom, no estado do Rio Grande do Sul. O restante do processo produtivo, caracteriza-se pelo sistema de compra e venda, sendo os produtos adquiridos prontos de fábricas independentes. 


Em relação ao aspecto ambiental, a empresa afirma contar com frota de veículos elétricos para realizar suas entregas, o que permite uma redução no consumo total de combustível. Ainda que atualmente funcione apenas para as entregas na capital do Rio de Janeiro, a iniciativa é parte dos esforços da marca para alcançar a neutralidade de carbono até 2050. 


Atualmente, 28,27% dos insumos utilizados na produção da Arezzo são certificados como sustentáveis. A companhia estabeleceu a meta de que essa porcentagem chegue a 60% até o ano de 2030, além de já contar com 100% de seus fornecedores certificados pela ABVTEX (Associação Brasileira de Varejo Têxtil). A Arezzo também realizou recentemente a aquisição da marca TROC, uma plataforma de brechó online que incentiva a economia circular. A plataforma é utilizada em colaboração com as demais marcas do grupo e foi responsável pelo processamento de cerca de 5.200 peças de roupas no último ano, gerando mais de R$ 500.000,00 de receita. 


Já na parte social, foram registrados 47 acidentes no último ano, um aumento considerável em relação aos 18 registrados em 2020. Apesar disso, não foram registradas fatalidades nas operações da companhia. A Arezzo se destaca por ser certificada com o selo Great Place to Work como uma das melhores empresas para se trabalhar. Em termos de diversidade, conta com 58% do seu corpo de colaboradores composto por mulheres. Também apresenta atualmente 18,8% de pessoas pretas ou pardas em cargos de liderança e pretende fazer com que esse número chegue a 25% até 2030. A companhia tem ainda uma gestão de liderança em relação à segurança de dados, não tendo registrado controvérsias e contando com um Diretor Executivo de Transformação Digital para coordenar a área interna responsável pelo tema.


Apesar disso, deixa a desejar na transparência acerca dos indicadores de treinamentos realizados por seus colaboradores e não divulga a porcentagem de jovens aprendizes, podendo estar sujeita à multa caso a porcentagem esteja aquém da prevista na legislação (5% do total para empresas com mais de 1.000 funcionários). 


O Conselho de Administração da Arezzo conta com 57% de seus membros independentes (acima dos 20% previstos no regulamento do Novo Mercado da B3) e 29% de mulheres. Além disso, 29% dos membros apresentam experiência em análise de questões voltadas para ESG e a remuneração variável está atrelada a metas como rastreamento de couro na cadeia de valor, redução das emissões totais de gases de efeito estufa e aumento do número de colaboradores negros.


O Credit Suisse Group AG (Credit Suisse) é uma empresa de serviços financeiros. As marcas da empresa incluem Swiss Universal Bank, International Wealth Management, Ásia-Pacífico, Global Markets, Investment Banking & Capital Markets, Strategic Resolution Unit e Corporate Center. Em 2023, o Credit Suisse foi vendido ao Banco Nacional da Suíça (UBS) por US$ 3,25 bilhões, em decorrência de diversas polêmicas, como o envolvimento em episódios de espionagem e corrupção que vinham prejudicando sua reputação nos últimos anos. Em 2021, o problema de credibilidade aumentou quando as empresas de investimento Greensill e Archegos faliram, resultando no prejuízo de bilhões de dólares para o Grupo. 


A empresa possui um sistema de riscos que avalia o risco de inundações de águas superficiais (pluviais) para a carteira de garantias imobiliárias da CSUK. Além disso, o grupo faz parte do "2030 Water Resources Group", responsável por pesquisas relativas ao sistema hídrico. O banco pretende melhorar a eficiência energética de suas operações e certificar 50% de seu espaço de escritórios em padrão green building. 


A instituição inclui em seu plano de benefícios o pagamento de medicamentos para transição de gênero de seus colaboradores transgêneros, e possui parceiras globais para o tratamento de saúde mental e estresse de seus funcionários. Desde 2014, o Credit Suisse possui o programa Real Returns, que é responsável pelo fornecimento de profissionais experientes com a oportunidade de retornarem ao trabalho após uma pausa prolongada na carreira. Em algumas regiões onde atua, os colaboradores da empresa podem utilizar o serviço de creche. 


O banco possui diversas controvérsias, como a condenação ao pagamento de multa de US$ 117 milhões, após ter sido acusada de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos por meio de apólices de seguro. Além disso, o Credit Suisse foi condenado por ter ajudado uma quadrilha búlgara a lavar dinheiro relacionado ao tráfico de cocaína. Em 2023, a empresa pagou US$ 210 milhões para compensar o ex-primeiro-ministro da Geórgia, Bidzina Ivanishvili, pelo esquema de fraude conduzido pelo ex-banqueiro do banco, Patrice Lescaudron, no qual milhões de dólares foram transferidos “ilegalmente” da conta bancária de Ivanishvili, para cobrir perdas em outras carteiras de clientes. Em 2022, um vazamento de dados revelou que o Grupo abriu ou manteve contas no valor de $100 bilhões de francos suíços para clientes envolvidos em tortura, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção e outros crimes. 


Os executivos têm sua remuneração atrelada aos indicadores de desempenho ESG, que envolvem temas como: atingir compromisso net zero até 2050; metas intermediárias de redução de emissões até 2030; e, crescimento em direção aos objetivos de finanças sustentáveis do banco. O Conselho de Administração é formado 100% por membros independentes, sendo 57% mulheres, e 14% com background ESG. A Diretoria Executiva é formada 27% de membros mulheres. 


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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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