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 ESG Research: Itaú Unibanco e Equatorial Energia

Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de Itaú Unibanco e Equatorial Energia. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com

A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.

O Itaú Unibanco é uma holding que oferece uma gama de produtos e serviços financeiros para pessoas físicas e jurídicas no Brasil e no exterior, atuando mediante três segmentos: Banco de Varejo, Banco de Atacado e Atividades com o Mercado e Corporação. 


A companhia apresenta a evolução dos esforços de descarbonização desde 2021, com a adesão à Net Zero Banking Alliance (NZBA) e divulgação de seu compromisso de neutralidade de carbono até 2050. Desde 2019, a companhia possui suas emissões de escopo 2 no Brasil zeradas e compensa 100% das emissões residuais diretas. 


Em 2018, iniciou a promoção do mercado voluntário de carbono no país por meio do programa Compromisso com o Clima, que seleciona e avalia projetos de impacto socioambiental positivo e os reúne em sua plataforma para que empresas interessadas em compensar suas emissões possam adquirir créditos de carbono. 


Durante 2022, aprimorou a metodologia de cálculo de emissões financiadas e expandiu a cobertura de sua carteira para fornecer mais transparência sobre os impactos de seus negócios e operações de crédito no clima, com metas para os setores de geração de eletricidade e fase de desativação para o carvão térmico. 


Alinhado ao compromisso de neutralidade de carbono, o Itaú anunciou uma parceria com a Enel X para abastecer 80% de suas unidades com energia renovável. O contrato prevê a instalação de 46 usinas fotovoltaicas em 14 localidades do Brasil, além da compra de energia no mercado livre. Todo o consumo de eletricidade da companhia já é proveniente de fontes renováveis. 


Além disso, dispõe de compromissos com a preservação da biodiversidade, em que se destaca o Plano Amazônia. Para garantir a efetividade das medidas adotadas no Plano, foi criada uma governança integrada entre as equipes de Sustentabilidade, presidência do Banco e um grupo de especialistas, além de uma estrutura de governança integrada aos negócios para gestão dos compromissos de impacto positivo. Ainda, tem implementado programas próprios e apoiado iniciativas de parceiros, como o projeto Biomas: uma joint venture dedicada a restauração, conservação e preservação de florestas no país. 


Dentre os temas sociais, o Itaú foi reconhecido como uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil em 2022 por meio de diferentes pesquisas externas, como o selo GPTW, e outras internas e voluntárias. Ainda, busca ser líder em performance sustentável e satisfação do cliente, oferece um portfólio de produtos financeiros sustentáveis e mede a satisfação do cliente por meio de mais de 300 pesquisas ativas, gerando o NPS. Em 2022, tiveram aumentos expressivos de NPS, alcançando 57% dos negócios em zona de qualidade e 27% em zona de excelência. 


Apesar dos esforços no tema, a empresa tem histórico recorrente de condenações referente à má qualidade de serviço. Em dezembro de 2021, por exemplo, o Procon-SP multou o banco em R$ 4,2 milhões por conceder empréstimo consignado sem consentimento dos clientes. Outro exemplo é o acordo com o Banco Central, em junho de 2020, do pagamento de R$ 13,75 milhões por parte do Itaú à instituição a título de contribuição pecuniária por cobrança indevida de tarifas de clientes.


Por outro lado, destaca-se também que seu Sistema de Gestão Integrado (SGI) é certificado pela ISO 27001 e 27701, considerando os processos de governança de segurança da informação e tratamento de dados pessoais.


Em relação à governança corporativa, a remuneração variável dos executivos está associada ao desempenho ESG da empresa, e possui 17% e 8% de participação feminina no Conselho de Administração e na Diretoria Executiva, respectivamente.


Por fim, vale destacar que a Itaucard do Itaú Unibanco está entre instituições financeiras investigadas pelo governo brasileiro por suposta fraude de cartão de crédito. Em agosto de 2022, o Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil anunciou que a investigaria por supostamente emitir cartões de crédito não solicitados quando seus clientes aderiram a empréstimos consignados e cobrando taxas não divulgadas. 

A Equatorial Energia, fundada em 1999, é uma holding de capital aberto atuante no setor elétrico brasileiro, com ênfase em geração, distribuição, transmissão, serviços e telecomunicações, além do setor de saneamento. Operando em sete estados brasileiros, incluindo Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul, Amapá e Goiás, a empresa atende aproximadamente 13,7 milhões de clientes e possui uma extensa rede de mais de 3.278 km de linhas de transmissão. Cobrindo 31,2% do território nacional, a Companhia representa 10,6% do mercado nacional de distribuição de energia. 


Em 2022, a empresa expandiu suas operações para os segmentos de abastecimento de água e saneamento, com a aquisição da Concessionária de Saneamento do Amapá, e energia eólica, ao incorporar a Echoenergia, que possui ativos nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, totalizando 1.200 MW de capacidade instalada. A Equatorial Energia também adotou uma abordagem sustentável ao descarbonizar sua base energética, desinvestindo do mercado de geração térmica a óleo combustível, através da venda da totalidade de sua participação na Gera Maranhão, concluída em maio de 2022. 


A Companhia investiu mais de R$ 26 milhões no Programa de Eficiência Energética da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2022. O programa tem como objetivo promover o uso eficiente da energia elétrica em todos os setores da economia. Para tanto, exige das concessionárias e permissionárias de serviços públicos de distribuição a aplicação anual de um percentual de sua receita líquida em pesquisa e desenvolvimento (P&D) do setor elétrico e, entre outras coisas, promove a criação de hábitos e práticas racionais de uso da energia elétrica. O montante foi aportado nas iniciativas E+ Energia do Bem, de intervenção de aumento da eficiência por meio da instalação do sistema e troca dos equipamentos antigos em dois hospitais, e no programa E+ Luzes na Cidade, com a substituição de 9.200 luminárias em 27 municípios. 


A Equatorial também investe no Programa E+ Reciclagem, que tem como objetivo realizar a troca de materiais recicláveis por desconto na fatura de energia dos clientes. Além de promover ações voltadas para difundir a cultura da coleta seletiva e conscientização sobre a preservação do meio ambiente, a iniciativa promove a destinação correta aos resíduos sólidos recicláveis. O programa permitiu coletar mais de 12 mil toneladas de resíduos e o material foi convertido em R$ 753 mil em bônus que beneficiaram diretamente mais de 6.500 clientes. 


Em se tratando das Mudanças Climáticas, o Grupo Equatorial iniciou em 2022 as discussões sobre seu posicionamento climático, a partir da publicação do primeiro inventário de gases de efeito estufa e da resposta ao questionário do CDP Climate Change 2022, e afirma que, por isso, ainda não assumiu compromissos públicos na agenda. Suas emissões de escopo I reduziram 35% de 2021 para 2022 (dados de 2020 não divulgados). Já as emissões indiretas, referentes aos escopos II e III, reduziram 64%. 


Contudo, em 2022, a Equatorial se tornou ré em um processo envolvendo a construção de três redes de distribuição de energia ilegais dentro da Terra Indígena Cachoeira Seca (PA), do povo Arara. Além de denunciada pelos três “linhões” ilegais, a Equatorial também respondeu pelo crime de fraude ambiental. Em maio de 2023, também foi multada em mais de R$ 10 milhões pela má prestação de serviços na cidade de Jaraguá, em Goiás. A penalização foi imposta pelo Procon do estado, que alegou não apenas a qualidade insatisfatória dos serviços prestados, mas também a falta de resposta adequada por parte da empresa em relação à resolução dos problemas na rede de energia que afetaram a cidade. 


Com relação à governança corporativa, a empresa apresenta uma política robusta de remuneração de executivos, incorporando metas ESG desde 2022, que versam sobre diversidade, estratégia climática, aprovação de políticas corporativas, segurança, reputação e melhora nos ratings de ESG. No Conselho de Administração, 78% dos membros são independentes e 22% são mulheres, acima dos 20% previstos no regulamento do Novo Mercado da B3. A matriz de habilidades dos conselheiros também é diversificada, dos quais 78% têm experiência em outras indústrias e 11% têm background em ESG. Na Diretoria, 40% têm experiência em outras indústrias, 10% têm background ESG, mas não há a presença de nenhuma mulher.


Confira o Alerta ESG desta semana e cadastre-se para receber em primeira mão os principais fatos ESG em seu e-mail. 


Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a ERM NINT acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a ERM NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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