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Vale e Eletrobras são destaque na análise da semana


Nossa equipe de analistas seleciona, semanalmente, os principais fatos ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança coorporativa) que podem afetar as +200 empresas brasileiras listadas em nossa cobertura. Estas são as notícias da última semana:

 

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IMPACTO:  NEGATIVO  | MUITO SEVERO



Vale fecha acordo de 56 milhões de dólares com a SEC e fica livre de acusações relacionadas a Brumadinho 

A mineradora Vale selou um acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC) para finalizar a ação movida pela “CVM” americana em abril de 2022. O processo levantava argumentos de que a Vale havia manipulado auditorias de segurança de barragens, de modo a conquistar certificados falsos, enganando governos locais, investidores e, especialmente, as comunidades do entorno a respeito da segurança da barragem de Brumadinho. 


Antes do acordo ser fechado, parte das acusações contra a Vale já havia sido retirada, deixando apenas as que se referiam a negligência por parte da Vale a respeito da segurança da barragem, que serão retiradas apenas após o pagamento, imposto no acordo, de 55,9 milhões de dólares à SEC para “encerrar o assunto”. O combinado entra em vigor assim que for autenticado pelo tribunal competente. 



O anúncio do acordo vem quatro anos depois da tragédia ambiental causada pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, que resultou em mais de 270 mortes. Este é considerado o maior desastre ambiental do Brasil, e ocorreu menos de três anos após o rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, também de responsabilidade da Vale. 29/03/2023. Capital Reset.



IMPACTO: NEGATIVO | MODERADO 


Justiça Federal exige que Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, avalie danos ambientais causados após material radioativo em Angra dos Reis (RJ) em 2022. Incidente não havia sido comunicado na época.


 

A Eletronuclear não alertou as autoridades sobre um vazamento ocorrido em setembro de 2022 de material radioativo na Baía de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ), onde fica localizada a usina nuclear de Angra 1. O Ministério Público Federal pediu que a empresa avalie os possíveis danos ao meio ambiente, saúde humana e vida das pessoas, além de divulgar informações objetivas sobre o acidente. A Justiça Federal determinou que a Eletronuclear cumpra essas medidas em um prazo de 30 dias e evite agravar a contaminação na área afetada. Segundo o MPF, a postura da empresa apontaria evidências de que teria havido tentativa de esconder o vazamento, levantando dúvidas sobre seu comprometimento com a segurança e a comunicação de incidentes. 


O Ibama afirmou ter sido informado do vazamento radioativo em setembro através de uma denúncia anônima, e não pela Eletronuclear. Após inspeção, a Eletronuclear confirmou o vazamento, que teria sido causado pela corrosão do sistema de contenção. Relatórios de fiscalização da CNEN indicam que a proteção radiológica para controle da contaminação foi adequada, e o vazamento não causou danos à saúde da população. No entanto, a empresa foi multada pelo Ibama em cerca de R$ 2 milhões por descarte irregular de substância radioativa e descumprimento de condicionante da Licença de Operação. O Ibama estuda medidas adicionais para evitar novos episódios. 


Em nota oficial, a Eletronuclear informou que houve uma liberação não programada de água contendo substâncias radioativas de baixo teor em setembro de 2022 na usina Angra 1, mas que os valores estavam abaixo dos limites que caracterizam um acidente, e que a empresa informou o evento nos relatórios regulares. Além disso, a empresa intensificou a monitoração radiológica no local e não encontrou resultados significativos. A Eletronuclear recebeu autos de infração do Ibama, mas pretende recorrer, pois entende ter cumprido a legislação. A empresa afirma que os comunicados foram publicados em seu site e que não houve falta de transparência. 


Por fim, a prefeitura de Angra dos Reis entrará como coautora na ação movida pelo Ministério Público Federal contra a companhia. O prefeito Fernando Jordão cobrou explicações do presidente da estatal e afirmou que não foi informado sobre o caso, assim como a Defesa Civil e o Centro Integrado de Informações Estratégicas em Saúde não foram. A prefeitura também disse que a Eletronuclear negou o vazamento no início, mas depois admitiu o despejo de cerca de 90 litros de água contaminada no mar. 23/03/2023, G1.



IMPACTO: POSITIVO



Vale assina série de acordos na China com foco em soluções de descarbonização



A Vale divulgou a assinatura de sete acordos com a China, visando fortalecer sua estratégia e relacionamento com o país. Os acordos abrangem ações relacionadas à descarbonização, além de cooperação financeira, técnica e de pesquisa econômica. 


Entre o que foi discutido estão firmados acordos plurianuais de entendimento (MoUs) com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) e com o Bank of China (BOC). O objetivo é fornecer suporte financeiro à Vale por meio de empréstimos, financiamento de projetos, comércio ou ativos e garantias bancárias. 


Outro memorando foi firmado com a XCMG para auxiliar no desenvolvimento de uma motoniveladora menos intensiva em emissões para atividades de mineração. Essa máquina é usada para nivelar os acessos às minas e será testada em unidades localizadas nos estados de Minas Gerais e Pará. Se os testes forem bem-sucedidos, a Vale planeja adquirir vários modelos ao longo dos próximos anos. 


A Vale assinou acordos com duas universidades. O primeiro foi com a Central South University (CSU), se comprometendo com a doação de US$ 5,81 milhões para apoiar a CSU na criação de um novo laboratório para pesquisa em metalurgia de baixo carbono e hidrogênio, cooperando também em pesquisas relacionadas à sinterização e pelotização de baixo carbono, fabricação de ferro de alta eficiência e uso de H2. A outra parceria foi com a Universidade de Tsinghua, que garante suporte ao Centro Acadêmico de Prática e Pensamento Econômico Chinês (ACCEPT) na ampliação da compreensão do pensamento e prática econômicos da China, bem como na disciplina de Governo e Economia de Mercado. 


Além disso, a Vale Indonésia, em conjunto com a Tisco (pertencente ao grupo chinês Baowu) e a Xinhai, firmou um acordo de investimento para a construção de uma usina de processamento de níquel RKEF e outras instalações de suporte. O projeto será alimentado por energia a gás, proporcionando eletricidade e visa uma redução das emissões de gas carbônico. A companhia também firmou parceria com a Baoshan Iron & Steel Co (do grupo Baowu) para pesquisa e aplicação do biocarvão na indústria siderúrgica. O biocarvão é um produto obtido a partir da biomassa e está sendo estudado como uma alternativa ao carvão no processo de produção de aço, com potencial para reduzir as emissões de carbono. 29/03/2023, Suno.





Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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