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 ESG Research: PRIO e CCR

Trazemos nesta edição a atualização da nossa cobertura de PRIO e CCR. Para maiores detalhes sobre as análises e como integrar esses temas ESG na análise de empresas e decisões de investimento, consulte nossa equipe: esgresearch@nintgroup.com

A seguir, você encontra os principais highlights, avanços e lacunas no desempenho ESG destas companhias.

A PetroRio S.A. (atual PRIO) é uma empresa brasileira de capital aberto com foco em produção de petróleo e gás, no Brasil. Atua no investimento e na recuperação de ativos em produção, especializada na gestão eficiente de reservatórios e no desenvolvimento de campos maduros. A empresa foi fundada em 2008 e transformada numa sociedade anônima de capital fechado em 2009, quando passou a se chamar HRT Participações em petróleo. Após um processo de reestruturação, mudou seu nome para PetroRio no ano de 2015, quando a atual gestão assumiu o controle. Suas operações se concentram na Bacia de Campos, sendo a primeira o Campo de Polvo, seguido por Tubarão Martelo e Frade e Wahoo, campo adquirido no segundo trimestre de 2021, no qual a empresa possui participação de 64,3%, com o início da produção previsto para 2024. O campo de Manati é localizado na bacia de Camamu-Almada (BA) e é explorado em conjunto com a Petrobras, Enauta, e Geopark


A empresa divulgou seu primeiro registro de emissões, abrangendo os dados de 2021. Todos os relatórios passaram por auditoria e certificação pela KPMG. No entanto, a não torna públicos os dados relativos às emissões totais, apresentando apenas os valores relacionados à eficiência em seu relatório de sustentabilidade. A PRIO registrou uma melhoria significativa em suas emissões de escopos 1 e 2, reduzindo a intensidade de uma média de 31 kg de CO₂ por barril de petróleo equivalente (boe) em 2021 para 27 kg de CO₂ por boe em 2022, representando uma redução de 15% em comparação ao ano anterior.


Em relação aos desafios impostos pela transição energética, a companhia afirma estar focada num aumento de sua eficiência de modo a manter um modelo de produção com baixa intensidade de poluentes. Recentemente, a petroleira concluiu o Projeto Fênix, que envolveu a conexão do FPSO Bravo com a Plataforma fixa Polvo-A. Esse empreendimento resultou na criação do primeiro agrupamento privado de produção na Bacia de Campos, proporcionando um impacto direto no aumento da expectativa de vida útil desses ativos. Além disso, viabilizou o aproveitamento do gás previamente descartado na produção de petróleo, agora direcionado para a geração de energia elétrica para ambos os campos.


No decorrer do ano de 2023, uma equipe de trabalhadores da indústria petrolífera, encarregada das operações na plataforma P-50, enfrentou uma situação crítica que exigiu seu imediato desembarque. Isso ocorreu devido a uma falha generalizada que afetou a geração de energia na plataforma. Além disso, o sindicato alegou insuficiência de carga no banco de baterias da plataforma e escassez de suprimentos alimentares para os funcionários, o que levou à solicitação de interdição da plataforma.


A PRIO foi multada no ano de 2022 pela CVM após falta de transparência em atuação conjunta com o fundo de investimento Sociéte Modiale. Na ocasião as companhias deixaram de informar que estavam atuando sob o mesmo interesse como acionistas da empresa de telecomunicações Oi. Ainda em 2022, o empresário Nelson Tanure (um dos principais acionistas da PRIO) foi penalizado em 3 vezes de R$ 500 mil por não informar sua posição como controlador acionário da empresa.


No que tange a diversidade, a companhia conta com apenas 13% de mulheres no Conselho de Administração, abaixo dos 20% previstos no regulamento do Novo Mercado da B3. Apesar disso, a companhia tem boas práticas de governança, como o fato de contar com 63% de membros independentes no Conselho de Administração e dispor de remuneração variável da alta liderança atrelada ao cumprimento de metas anuais de ESG. As metas levam em consideração número de acidentes registrados entre colaboradores, integridade das operações e ativos, poluição e acidente ambientais. 


A CCR SA é uma empresa brasileira que atua em serviços de infraestrutura para mobilidade, focados nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e aeroportos. 


Em relação aos aspectos ambientais, a empresa se comprometeu com o Movimento Ambição Net Zero com o Pacto Global, que apoia empresas a estabelecerem metas em relação às mudanças climática. Na dimensão social, a CCR apresenta também a certificação ISO 45001, ainda que em apenas 4,3% das suas unidades. A ISO 45001 é uma norma internacional que estabelece requisitos para sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional (SSO) em organizações. 


A empresa também esteve envolvida em um acordo de leniência no valor de R$ 750 milhões devido a casos de corrupção no estado do Paraná, nos quais admitiu ter realizado pagamentos de propinas em troca de benefícios contratuais. O acordo inclui uma multa de R$ 35 milhões, a perda de receita devido a um desconto de 30% nos pedágios (totalizando R$ 350 milhões) e despesas adicionais com obras na rodovia no valor de R$ 365 milhões. No entanto, não foram relatadas ações internas por parte da CCR para prevenir futuros atos de corrupção em suas operações desde então. 


O Conselho de Administração da empresa conta com apenas 18% dos membros independentes. Essa mesma porcentagem representa a participação feminina no Conselho, considerada uma participação escassa, já que, baseado no código de boas práticas de governança do Instituto Brasileiro Governança Corporativa (IBGC), este valor está abaixo das melhores práticas de empresas de capital aberto. Além disso, não há presença feminina na Diretoria Executiva. Esses fatores contribuem para uma baixa diversidade de pensamento na liderança da empresa. A remuneração dos executivos da CCR está atrelada a 11 indicadores ESG, que correspondem a 6% do Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Contudo, a CCR informa que não divulga quais indicadores são esses por serem informações estratégicas, segundo a empresa. 


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Disclaimer: Este relatório não constitui uma recomendação de investimento. As informações contidas neste relatório são baseadas em fontes que a NINT (do inglês “natural intelligence), nova marca da prática de consultoria que atuou sob a marca SITAWI entre 2013 e 2021, acredita serem confiáveis. Entretanto, a precisão, completude e atualização destes dados não podem ser garantidas e, sob nenhuma circunstância, a NINT poderá ser responsabilizada pelas decisões estratégicas, de gestão ou quaisquer outras tomadas com base nas análises aqui apresentadas. Este relatório é de uso exclusivo de seu destinatário e não pode ser reproduzido ou distribuído, no todo ou em parte, a qualquer terceiro sem autorização expressa. 


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