Vinci Partners, Banco BV e NINT discutem os desafios e oportunidades de financiamentos de projetos para enfrentar a crise climática.

A NINT em parceria com a Fundação Mott realizou, em março, o evento “Recuperação Verde: Construção de uma economia mais eficiente e resiliente para o Brasil”, com foco em discutir alternativas de recuperação econômica sustentável no pós pandemia. Um dos painéis, intitulado "Co-criando o futuro: financiamento de soluções para enfrentar a crise climática", contou com a participação de especialistas que apresentaram estratégias de combate à crise climática e o papel do financiamento nesse processo. 

Durante o painel, Felipe Moura, da Vinci Partners, Luiz Fernando Quaglio, do Banco BV e Guilherme Teixeira da NINT destacaram a necessidade de uma abordagem que leve em consideração não apenas a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, mas também a adaptação às mudanças climáticas e a resiliência dos sistemas socioeconômicos.

“A gente reuniu instituições financeiras, trazendo casos práticos de como estão incorporando as questões de sustentabilidade às decisões de investimento, e também organizações da sociedade civil importantes nessa agenda de parceria com o setor financeiro para mobilizar mais capital para impacto positivo e conseguir, de fato, uma agenda de recuperação econômica verde.”, destacou Guilherme Teixeira. 



Retorno financeiro e impacto não são contraditórios 

Uma das principais estratégias apontadas foi o investimento em energia limpa, como a geração de energia solar e eólica, bem como o engajamento de players para a transição para carros elétricos e híbridos. Luiz Fernando Quaglio, Especialista de Negócios Sustentáveis e ESG do Banco BV, destacou que essas ações têm o potencial de gerar impacto positivo reduzindo em 30% o consumo de combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, gerar retorno financeiro a longo prazo.

Outra abordagem importante levantada foi o financiamento de placas fotovoltaicas, projeto que o Banco BV é líder no país e que não só contribui para a mitigação das mudanças climáticas, mas também ajuda a criar empregos e impulsionar a economia local. O banco também destacou sua preocupação com uma transição justa e suas metas na agenda de diversidade, equidade e inclusão. 

“Estamos engajados para essa agenda. Estamos engajados para fazer de fato essa transição de uma maneira séria, e avançarmos. É uma meta institucional de diversidade e inclusão. Nós estabelecemos que 50% da nossa liderança será de mulheres até 2030, com metas intermediárias e um recorte étnico racial de 35% até 2030, também com metas intermediárias. E isso está inserido nos negócios, principalmente na nossa mensuração e na forma como a gente gere impacto.”, pontuou. 

O economista Felipe Moura, Vice-presidente de Infraestrutura da Vinci Partners, também participou do painel. A gestora de investimentos Vinci é uma das sócias da Rio+Saneamento, empresa responsável por adquirir o bloco 3 da Cedae, Companhia de Águas e Esgoto do estado do Rio de Janeiro, que passou por um processo de privatização em 2022. 

“As mudanças climáticas vão demandar uma realocação de capital como nunca se viu na História”, enfatizou. “A estratégia seria investir bastante em geração de energia renovável, solar, eólica e hidrelétrica. Além do investimento em água e saneamento, um setor que vai ter muita oportunidade e que tem um impacto climático muito importante na parte de adaptação.” 

Durante o debate, foram mencionadas iniciativas que buscam mitigar as emissões de gases de efeito estufa e promover a adoção de recursos mais sustentáveis, como o incentivo ao uso de veículos elétricos. 

Os painelistas destacaram a importância de se promover a transição para uma economia de baixo carbono, não apenas como uma questão de responsabilidade ambiental, mas também como uma oportunidade de desenvolvimento econômico e social para o país.